Pesquisas e Ensaios

APRESENTAÇAO FERNANDA POZZA
PRINCIPIO: MONTAGEM E DESMONTAGEM
Artigo: Design for Disassembly: a new element in product development
Luttropp, Conrad. The Journal of Sustainable Product Design, jul. 1998, pp. 30-40.

De acordo com a Comissão Bruntland, a sustentabilidade depende, entre outros fatores, 
da reciclagem ou ‘circulação industrial’. Antes que a reciclagem seja possível, é preciso 
separar, classificar e transformar os resíduos em fluxos de materiais e componentes. 
Estes devem estar aptos para o recondicionamento ou para o reuso imediato e os materiais 
devem estar suficientemente limpos e puros, ou atualizáveis para a produção de novos produtos.

A classificação só é possível se as partes e o diferentes materiais puderem ser identificados.
Se os materiais contiverem componentes perigosos e poluentes eles devem ser efetivamente
classificados para assegurar que serão propriamente tratados (Luttropp):
     
          - classificar é função-chave em todas as atividades de reuso e reciclagem;
          - não é possível classificar sem identificar;       
             - classificar só é possível com separação, exceto em produtos monomaterial;       
          - separação e classificação, devem ser equilibrados com considerações ambientais,       
          econômicas e tecnológicas.

Desenvolvimento de produto e reciclagem

O destino de um produto ao fim de sua vida de serviço deve ser planejado nas primeiras 
fases de seu desenvolvimento, pois é no início do projeto que se tem mais liberdade 
para proposições de design. Entretanto, nas primeiras fases, apesar de haver mais liberdade 
para o design, as informações sobre o produto são limitadas.

Levando em conta que a decisão pelo uso de materiais e tempo de projeto cabe não só ao
designer, mas também ao gerente de produto, a cooperação entre ambos é importante. Em
um processo conceitual de design tradicionalmente linear, com foco no produto, o início se
dá com a compreensão de problemas como: o que querem os clientes?; quanto querem pagar
por essas funções? etc.. O segundo passo compreende a geração de conceitos, enquanto o 
terceiro consiste na avaliação destes. Com o processo completo ainda pode surgir a 
necessidade de realizar-se mais análises. Ao final do projeto conceitual já se tem 
informações substanciais sobre o produto, porém ainda há possibilidades de mudanças 
significativas, antes que se passe ao projeto do produto. É esse, portanto, o melhor momento
para decisões estratégicas relacionadas à separação e à classificação de estruturas do
produto. Dessa maneira, as demandas ambientais estarão equilibradas no conceito básico do
projeto com outros requisitos funcionais e econômicos.

Vários métodos têm sido estabelecidos como auxiliares no desenvolvimento de produtos. 
Entre eles, QFD, FMEA, LCA. Este último, apesar de avaliar o impacto ambiental em todo o 
ciclo de vida do produto, torna o processo longo e complicado, além de não levar em conta os
benefícios percebidos pelo cliente.

A eco-performance deve levar em conta não só a performance ambiental, mas também os 
benefícios para o cliente.

Estrutura de produtos do ponto de vista da reciclagem

A viabilização da reciclagem deve ser planejada nas fases iniciais do projeto, tendo em vista 
que:
-                     -  a reciclagem de um produto inicia com a desmontagem;
-                     -  em produtos complexos, a classificação deve ser realizada depois da desmontagem/
           separação em partes úteis, materiais úteis e materiais para recuperação de energia;
-                    -  se essa classificação é possível, o produto deve ser separado de maneira que se criem 
           frações identificáveis;
-                    - se essas frações ou subseparações forem úteis, elas devem ser suficientemente puras ou 
           possuirem possibilidades de atualização.

A estrutura de um produto, do ponto de vista da reciclagem, consiste em peças de materiais 
homogêneos, sub-montagens úteis, peças para recuperação de energia, etc. O produto pode ser
considerado como um conjunto de módulos ou 'objetos de classificação' (sorting objects) com 
uma ou várias ‘superfícies de classificação’ (sorting surfaces) onde o objeto é ligado ou 
associado a outros objetos. Estas superfícies indicam onde ocorrerá a desmontagem quando o
produto é descartado.

Na reciclagem, se é possível identificar os diferentes objetos, então cada um destes é envolvido
por uma ‘margem classificatória’ (sorting border), que possuirá as seguintes características:

-                 - abrange algo que pode ser identificado e se necessário atualizado, uma sub-montagem, um
          pedaço de material identificado etc.;
-                 -  deve ser congruente com a ‘superfície de separação’ (sorting surface);
-                 - depende da ordem em que as diferentes ‘superfícies de separação’ são percebidas.

‘Superfícies de separação’ podem surgir em diferentes junções tais quais insertos para 
parafusos, juntas de garras, junções por cola e também através de diminuição de resistência 
dentro da parte. Todas as junções que podem ser liberadas durante a separação são ‘cápsulas
de resistência nula’ (resting loadcases).

Ações de desmontagem combinadas à estrutura do produto

Produtos com layouts semelhantes, possuem uma estrutura de desmontagem similar. Chaves 
e canos de água, por exemplo, consistem em um único material. A principal tarefa para os 
sucateiros, nesse caso, é identificar e classificar os materiais em frações. Outros produtos, como
computadores e torradeiras, são construídos com componentes separados em um carregador 
com uma carcaça. Nesse caso, será mais complexo identificar e separar objetos valiosos e/ou
ambientalmente perigosos.

A fim de classificar produtos de acordo com suas estruturas, o autor os organizou em famílias, 
são elas:


      - Hamburguer: estrutura principal formada por duas metades (frente e verso). Exemplo: 
      monitor de PC;
      - ‘Dressed’ design (design vestido): uma carcaça envolve os materiais e componentes 
      internos, visando a segurança elétrica ou simplesmente pela aparência. Exemplo: torradeira;
      - ‘Shell’ design (design concha): produtos que contêm fluídos ou são impermeáveis e, por 
      isso, devem ser desmontados de maneira destrutiva. Exemplo: escova de dentes elétrica;
      - Unidade: produtos feitos com um tipo de material apenas (monomaterial). Exemplo: garrafa
      d’água.
      - ‘Twin’ design (design gêmeo): produto com combinação de ‘unidade’ de diferentes 
      materiais. Exemplo:  anel de ouro e pedra preciosa.

Produtos mais complexos são geralmente combinações desses cinco conceitos e 
frequentemente possuem sub-montagens em diversos passos que tem uma estrutura variada
dessas cinco estruturas básicas.

Cada tipo de design possui suas próprias características mas dentro de cada família as 
estratégias de reciclagem podem ser bem similares. O foco desse conceito de famílias de design
está em quais são os dois primeiros passos quando diferentes produtos são desmontados. 
Pode-se dizer portanto que são: a desmontagem e a classificação. As primeiras atividades de 
sucateamento devem ser consideradas as mais importantes.

Os conceitos acima objetivam ajudar designers a adaptarem produtos para aumentar o potencial
de reciclagem nas fases iniciais do projeto. Até mesmo se muitos produtos não se encaixarem 
perfeitamente dentro de uma família de produtos, uma estrutura conceitual de reciclagem como 
essa, poderá ser útil em atividades iniciais do projeto.

Colaboração entre designers e gerenciamento

A estrutura de produtos requerem um sistema de avaliação de diferentes soluções de projeto e
para tomadas de decisões colaborativas entre designers e gerência.

Índices de cápsula de resistência (loadcase) e índice de margem classificatória (sorting border
são usados para pontuar ou marcar diferentes soluções de design. A escala se dá por valores 
numéricos entre 0 e 1. Porém, estes são incertos, uma vez que são baseados em estimativas 
subjetivas.

O índice de cápsula de resistência (loadcase) informa sobre como uma cápsula de resistência
específica é organizada, qual o tipo de ação necessária para operá-la. Há quatro índices de
cápsula de resistência (loadcase), são eles: informação de cápsula de resistência (fácil de
entender/ quase impossível); equipamento de cápsula de resistência (sem ferramentas/
necessita de ferramentas especiais); força da cápsula de resistência (mãos e dedos/ ferramentas
de força); tempo da cápsula de resistência (muito tempo/ muito pouco tempo).

Cápsulas de resistência vão parecer diferentes para um sucateiro e um consumidor. Através
desse sistema de índice é possível para designers e gerência tomarem decisões juntos
relacionadas à funcionalidade da desmontagem, considerando o autor pretendido para a
desmontagem, seja ele o sucateiro ou o consumidor. Este, inexperiente, precisa de cápsulas de
resistência mais fáceis, com índices de cápsula de resistência mais baixos que o experienciado
pelo sucateiro. Algumas vezes será preferível que o consumidor não desmonte ou nem mesmo
tente desmontar o produto por causa da segurança etc..

O índice de margem classificatória informa a classificação específica de objetos que são
delimitados por margens de classificação. São quatro também os índices de margem
classificatória (sorting border): informação da margem de classificação (bom entendimento do
que está nas margens); economia da margem de classificação (objeto de valor/objeto conectado
a custos); destino da margem de classificação (possível reuso na mesma posição/ depósito);
eficiência da superfície de separação (segue perfeitamente a margem de classificação/ não
segue completamente a margem de classificação.

Planejamento do produto

Para atingir a melhor eco-performance, considerações econômicas, técnicas e ambientais 
devem fundir-se em um compromisso.  As considerações a respeito da eco-performance de um 
produto dependem das circunstâncias, da estrutura da empresa, do tipo de produto etc. Mas, o 
plano descrito a seguir pode ser útil na criação de um plano conceitual de sucateamento ou 
“previsão de sucateamento” de um produto específico.

O plano proposto divide-se em quatro partes principais:


Passo 1: coleta de informações através de um questionário. Isso pode ser feito em uma 
reunião onde gerência e  equipe de design troquem informações;
Passo 2: documentação e organização dos fatos conhecidos, junto a conhecimentos e 
avaliações que não estão inteiramente estabelecidas;
Passos 3 e 4: montagem de um ‘mapa de conexão’ dos possíveis ‘objetos de 
classificação’ junto a índices de ‘cápsula de resistência’ e de ‘margens de classificação’. 
Esse mapa é apenas conceito e pode ser realizado em diversas versões dependendo de
diferentes soluções de design. Seu principal objetivo é adivinhar o cenário para o ‘fim da
vida de serviço’ de um produto específico.

Conclusão

Produtos com um conjunto de margens de classificação, superfícies de separação e ‘cápsulas 
de resistência nula’ bem projetado, melhorará a capacidade de reciclagem. Um ponto de vista e
colaborações estruturais entre designers e gerência são essenciais para o repensar o 
desenvolvimento de produtos para produtos sustentáveis.

Essas decisões devem ser transformadas em instruções, requisitos funcionais e restrições para
designers. O procedimento proposto deveria informar gerência e designers sobre prever o
histórico apropriado de reciclagem de um novo produto, já que ele proporciona a oportunidade
de escolher layout de reciclagem básico antes que o projeto de personificação tenha começado.
Esses conceitos com ‘margens de classificação’, ‘superfícies de separação’ etc., deveriam ser
incorporados nos sistemas CAD e nos trabalhos de desenho e modelagem como parte integrada
do trabalho de design. Uma tentativa inicial de tal integração é feita por Luttropp & Andersson.
Combinar índices e prever o sucateamento pode servir para essa integração.

Considerações para o projeto Pandora:


O autor enfatiza a importância de prever a desmontagem e a classificação dos materiais ainda
na fase conceitual do desenvolvimento do produto. Esse pensamento vai ao encontro do
processo de viemos desenvolvendo ao pensar a embalagem para o microondas Brastemp, de
maneira conceitual, considerando sempre seu descarte, desmontagem, reciclabilidade/ reuso.


APRESENTAÇAO HENRIQUE SERBENA
PRINCIPIO: MONTAGEM E DESMONTAGEM









ENSAIO VANESSA RONCALIO
PRINCÍPIO: MONTAGEM E DESMONTAGEM
Design for manufacturability and time to market
Part 2: some empirical findings
Mohamed A. Youssef School of Business, Ithaca College, NY, USA
International Journal Of Operations & Production Management, Vol. 15 Nº 1, 1995, pp.6-23.


A hipótese defendida e comprovada pelo autor é a de que as empresas que utilizam a tecnologia DFM adequadamente atendem mais rápido à  
demanda no lançamento de novos produtos. Benefícios incluem o corte de custos e uma fatia maior do mercado.
Primeiro se faz necessário explicar os principais termos utilizados neste artigo:
 - DFM (Design for Manufacturability/Manufacturing): Literalmente, design para fabricabilidade. De maneira simplificada significa projetar um produto 
facilitando sua montagem e/ou compartilhamento de peças com outros produtos e também sua 
subseqüente desmontagem (para reposição de peças ou para separação de materiais para reciclagem).
- TTM (Time-to-market): É o tempo que um produto leva desde sua concepção até estar disponível no mercado.

O objetivo deste artigo foi desdobrado em três: Primeiro procurou-se determinar se há diferença no TTM entre empresas com diferentes níveis de 
intensidade de uso da tecnologia DFM; em segundo lugar, para examinar a associação entre o nível de intensidade das atividades do DFM e 
TTM e em último lugar, para se 
examinar a associação entre a intensidade das atividades do DFM e a introdução de novos produtos e processos.

Os resultados desta análise estatística revelam que o uso estratégico do DFM pode resultar em um “time-to-market” mais curto. Para isto, o DFM 
deve ser utilizado de maneira integrada com outras tecnologias por um período longo o suficiente para provocar os ajustes e mudanças 
necessárias na empresa para um resultado 
satisfatório. É necessário que vários grupos dentro de uma empresa (design, manufatura, marketing, qualidade e R&D-pesquisa e  
desenvolvimento) trabalhem de forma integrada no sentido de atingir esta otimização do design. Para o sucesso da implementação do DFM, portanto, é 
necessário haver um comprometimento da empresa para este projeto de longo prazo provendo 
mudanças na estrutura organizacional e com todos os grupos envolvidos trabalhando em sinergia.

O estudo:
Questionários foram enviados à três grandes grupos industriais:
1-    Indústrias de Equipamento e Maquinários
2-    Eletrônicos e outros Maquinários Elétricos
3-    Equipamentos de Transporte
DFM variáveis: Como parte do questionário de 
TBTs (time based Technologies). Para se chegar à fórmula da intensidade de uso do DFM, 
foram considerados os seguintes aspectos:
- Se a empresa já utiliza a tecnologia DFM;
- Qual período (menos de dois anos, entre dois a cinco anos ou há mais de cinco anos);
- Qual o nível de integração do DFM com outras TBTs (somente DFM, integrado à alguns TBTs ou integrado à todas as TBTs);
- Porcentagem das instalações da empresa que utilizam DFM (menos de 30%, entre 30% e 60%, entre 60% e 90% ou mais de 90%).

Assim, para calcular o número absoluto da intensidade do uso do DFM foi utilizada uma fórmula específica proposta pelo autor, onde pode se 
assumir qualquer valor entre 1 e 36 (36 é o valor máximo, se o DFM existe na empresa há mais de cinco anos, totalmente integrado à outras 
TBTs, mais de 90% das instalações foram 
convertidas à tecnologia DFM).
O autor utilizou também a técnica de cluster analysis (análise de grupos similares) é uma técnica de statística usada para agrupar uma série de 
observações em certo número de grupos homogêneos. Chegando à seguinte conclusão: As empresas com maior índice de DFM são 
efetivamente as maiores e as com mais alto índice 
de AMTs (Advanced Manufacturing Technologies) possuindo alto nível de integração tecnológica, alto crescimento de vendas 
(período de cinco anos) e alta lucratividade.

DFM na introdução de novos produtos: Após a interpretação dos dados obtidos conclui-se que as atividades do DFM se focam principalmente 
em produtos existentes. Este resultado comprova que as empresas ainda não utilizam todo o potencial do DFM que é a possibilidade da 
flexibilidade de um produto.
DFM e a introdução de novos processos: Conclui-se que quanto mais alto é o nível de intensidade de uso do DFM maior é a freqüência de 
introdução de novos processos. No entanto, a maior parte das empresas pesquisadas utiliza o DFM entre dois a cinco anos, então é uma tecnologia que tem potencial para amadurecimento.
Conclusão: Segundo o autor, a fase de projeto de um produto é responsável por 70% do ciclo de vida de um produto. (Segundo Ishii, K. 1998 até 
80% dos ciclo de vida de um produto se encontra na fase de projeto). Com o advento de novas 
tecnologias computacionais os métodos 
tradicionais não são mais efetivos e competitivos. 
A tecnologia DFM possibilita agilidade e eficiência em resposta à exigente demanda de novos produtos.

 
Ishii, K. Modularity: A Key Concept in Product Life Cycle Engineering (1998).

  
ENSAIO IVANA MARQUES DA ROSA
PRINCÍPIO: MONTAGEM E DESMONTAGEM

A Seven Step Procedure for Design for Mannufacture

Finn Fabricius - Group Leader, Institute for Product Development (IPU), Denmark
World Class Design to Manufacture. volume 1 number 2 - 1994

Conforme Fabricius, a indústria de manufatura procurava aumentar sua produtividade por meio da automação e, este tipo de abordagem tende a gerar inconvenientes como problemas de flexibilidade e altos investimentos em equipamentos.

Como forma de aumentar a produtividade sem investimentos adicionais, o autor ressalta o “Design for Manufacture” (DFM). Nesse caso, as modificações são feitas na fase de desenvolvimento ao invés de serem feitas na fase de produção. Com isso, é possível aumentar a produtividade sem gerar altos custos e lentidão nos processos de mudança.
A proposta do DFM contém um guia descritivo sobre as sete ações que devem ser tomadas para melhorar a fabricação de um produto:
1. Determinação da fabricabilidade do produto e comparação com produtos similares no mercado;
2. Estabelecimento de objetivos para a fabricação do futuro produto;
3. Classificação das funções principais do produto e suas interações;
4. Esclarecimento de parâmetros de avaliação e idéias de design para cada função principal;
    Esclarecimento de parâmetros de avaliação e idéias de design para quatro áreas de foco: família, empresa, estrutura e nível de componentes;
5. Geração de conceitos obedecendo aos níveis citados no item quatro:
     Nível de família – relação entre diferentes variáveis numa mesma família de produtos;
     Nível da empresa – interação com outros tipos de produtos da empresa;
     Nível estrutural – relação entre diferentes componentes/subsistemas;
     Nível de componentes – desenho e especificação de cada componente individual;
6. Verificação da fabricação das propostas conceituais e comparação com os objetivos do DFM;
7. Detalhamento do projeto

O DFM investiga o projeto de um produto considerando sete áreas intituladas de “virtudes universais”
1. Custo de Produção
     - custo direto (trabalho e material)
     - custo indireto (gestão do chão de fábrica, custo do espaço, controle de produção, qualidade, etc);
2. Qualidade
     - Capacidade de o produto cumprir com a funcionalidade desejada co baixos níveis de retrabalho, controle de qualidade, custo de sucata);
3. Flexibilidade
     - Versatilidade e adaptabilidade dos  processos de fabricação;
4. Risco
     O maior risco deve estar embutido no custo final do produto;
5. Prazo de Execução
     - Produto permite curtos prazos de execução;
6. Eficiência
     - Quão eficiente será o uso do produto?
     - Quão eficiente serão os recursos utilizados?
7. Meio ambiente
     - Avaliação dos impactos ambientais.

O artigo trata de um estudo de caso realizado em uma empresa dinamarquesa produtora de equipamentos de soldagem. A empresa apresentou problemas como a quantidade de subconjuntos ou partes comuns para diferentes famílias de produtos que eram diferentes, exigindo do maquinário um trabalho individual e não modularizável, prazos longos de execução em função da complexa estrutura interna dos produtos e os testes referentes às maquinas de solda necessitavam de muitas horas de trabalho ininterrupto.
O custo de produção, nesse caso, poderia ser relativo à escolha de matérias ou às complexas estruturas internas dos produtos, porém a falta de modularização dos maquinários foi um fator igualmente relevante para definir tais custos.
Desta forma, a empresa optou por fazer o redesenho de uma linha de pequenos portáteis, obedecendo as diretrizes apontadas pelo DFM. Foi feita a análise preliminar, tendo em vista as prerrogativas do DFM e traçado um plano de ação que, conforme o autor, foi ambicioso porém realista. Este plano de ação teve o objetivo de evitar problemas antes de iniciarem os processos produtivos e não de resolvê-los depois do produto pronto.
Através das análises do estudo de caso, o autor conclui que os sete procedimentos do DFM podem ser utilizados tanto em empresas de pequeno porte como em grandes empresas. Além disso, foi constatado que se pode chegar a uma redução de quase 30% dos custos totais de fabricação ao seguir estes sete passos.
Os benefícios referentes ao DFM, de acordo com Fabricius, acontecem devido a equipe de design possuir objetivos comuns, ter uma visão global do desenvolvimento e produção que impede a transferência de problemas para outras áreas e devido ao fato de os problemas de componentes serem previstos prematuramente.

CONSIDERAÇÕES PARA O PROJETO PANDORA:
A partir do texto apresentado, é possível perceber a importância do planejamento das embalagens que estão sendo propostas pelo Projeto Pandora. Há que se atentar para questões de desenvolvimento, pré-produção e produção para que não hajam posteriores inconvenientes que exijam retrabalho, re-projetação, etc.
Todas as fases propostas pelo autor sugerem um controle minucioso no início, para que nas fases subseqüentes fique mais fácil de controlar os processos de fabricação sem aumento de custos em função de alterações de projeto.
Contudo, percebe-se a importância de questões como qualidade, custo de produção, flexibilidade, riscos, prazo de execução, eficiência e meio ambiente, sendo que todas esses tópicos devem ser levados em consideração simultaneamente e constantemente.


  



APRESENTAÇÃO CAROLINA DAROS
PRINCÍPIO: MONTAGEM E DESMONTAGEM
Turttle, B. Lee. Transforming the Vision. World Class Design to Manufacture, Volume 2 . Number 6 . 1995 . pp. 31-4. MCB University Press . ISSN 1352-3074


Este artigo usado para este esquema trata de técnicas de criatividade para a projeto e desenvolvimento de produtos, considerando a solução de problemas através de dois aspectos. O primeiro refere-se a função do produto e o segundo a partir das partes que o compõem.





ENSAIO ROSINÉIA SANTOS
PRINCÍPIO: MONTAGEM E DESMONTAGEM
CONCEITOS E PRINCÍPIOS DA DIMENSÃO AMBIENTAL DO DESIGN SUSTENTÁVEL
Capítulo: “Facilitando a Montagem & Desmontagem”
Aguinaldo dos Santos, PhD


No presente conceito do livro, obtemos a importância do uso da embalagem
com Amortecimento por colagem em camadas, um dos estudos feitos pelo 
Núcleo de Design e Sustentabilidade (NDS) da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Com os seguintes critérios obtidos, faremos um estudo para a embalagem BRASTEMP.


Facilitando a montagem/Desmontagem
Contribui para minimizar recursos em todas as etapas do ciclo de vida; 
pode viabilizar o compartilhamento do produto ou suas partes; permite a
extensão da vida dos produtos facilitando sua reciclagem/re-uso.

Check-list Genérico
Exemplos:
1. Minimiza e facilita as operações para desmontagem e separação?
2. Usa sistemas de junção removíveis?
3. Quando usa sistemas de junção permanente, estes são de fácil extração?
4. Prevê tecnologias e equipamentos específicos para a desmontagem
destrutiva?
5. Usa materiais que possam ser facilmente separados após a sua trituração?
6. Usa insertos metálicos que possam ser facilmente separados antes da
trituração dos materiais?
7. Torna desmontáveis principalmente os componentes e os materiais tóxicos e
nocivos?
8. Torna desmontáveis principalmente as partes ou os materiais de maior valor
econômico?
9. Torna desmontáveis principalmente as partes mais sujeitas a desgaste e/ou
quebras?
10. Adota estruturas modulares?
11. Subdivide o produto em subconjuntos que possam ser facilmente separados e
manipulados como partes individuais?
12. Minimiza as conexões de dependência hierárquica entre os componentes?
13. Minimiza as dimensões do produto e de seus componentes?
14. Facilita a extração dos componentes e dos subconjuntos?
15. Procura a máxima linearidade no direcionamento de desmontagem?
16. Adota estruturas de desmontagem em forma de “sanduíche”, posicionadas na
direção vertical e que contenham elementos de fácil acesso?
17. Evita partes e componentes difíceis de movimentar?
18. Evita partes assimétricas desnecessárias?
19. Possui superfícies de apoio e componentes de alcance fácil e
estandardizado?
20. Dispõe os componentes pesados na base e próximos ao centro de gravidade?
21. Considera a fácil centralização dos componentes na base do produto?
22. Evita sistemas de fixação que, para a abertura do produto, exijam
intervenções concomitantes em mais de um ponto?
23. Minimiza o nº de fixações?
24. Minimiza os tipos de fixação que necessitam instrumentos diferenciados para
remoção?
25. Evita fixações de difícil movimentação?
26. Possui vias acessíveis e identificáveis para as operações de desmontagem?
27.Busca um fácil acesso e inspeção dos pontos de separação dos
componentes?
 Manzini & Vezzoli (2002)



Simplificação do projeto da conexão

Conexão, entendida como interface/interação entre componentes/sub-sistemas, é um conceito
fundamental para a compreensão da modularização, uma das principais estratégias que
facilitam a montagem/desmontagem de componentes/sub-sistemas de um produto.
A Figura a seguir ilustra as conexões entre dois módulos, apresentando a distinção entre as
interfaces de encaixe entre os componentes (interfaces internas), e as interfaces entre os dois
módulos (interfaces externas).

 

FONTE:PELEGRINI (2005)










Manufaturabilidade, portanto, é um aspecto 
central para a aplicação deste princípio. 
De uma maneira sintética pode-se 
definir manufaturabilidade (ou construtibilidade) 
como o grau de facilidade com que algo 
pode ser fabricado (CONCÍLIO & ABIKO, 1998). 
É também definida como a propriedade que
caracteriza um certo método, processo 
ou sistema produtivo, e que exprime a 
aptidão que ele tem de ser executado” (SABBATTINI, 1989).


Redução de componentes e materiais na conexão


Segundo Barth (2003) o índice de repetição elevado de um componente pode conduzir ao
aumento de produtividade global da construção e reduzir seu custo. Assim, na prática, a
repetitividade e a pouca diversidade de componentes podem servir como parâmetros
para avaliar a qualidade do projeto de uma conexão.


Intercambiabilidade

Intercambiabilidade é a possibilidade de permuta entre os diferentes materiais,
componentes e subpartes (FERGUSON, 1989). Existe uma hierarquia de dificuldade
de montagem em relação aos materiais, componentes e sub partes dos sistemas. 
Com 5 estágios de dificuldade:
montagem impossível; montagem possível com extrema dificuldade;
montagem possível com dificuldade; montagem possível; montagem fácil.



Flexibilidade da conexão


Uma conexão flexível é aquela que possibilita uma grande variedade de arranjos espaciais,
usos e ampliações sem que sejam necessárias grandes alterações no produto ou processo
construtivo.


Padronização

A padronização é calcada na uniformização do produto e, também, de suas conexões. A falta
de padronização nas conexões é uma realidade alimentada pelo baixo nível de especificação e
detalhamento dos projetos, bem como pela falta de uma política de treinamento de mão de obra
(SABBATINI, 1989).

Estudo realizado no Núcleo de Design & Sustentabilidade
(empresa Embrart e foi financiado pelo CNPq.)
 



O Núcleo fez a aplicação do papelão no design de produtos para eventos de curta
duração (feiras, conferências, exposições, concertos ao ar livre, operações de emergência)
consiste em uma banqueta para bar com apoio em tripé.
O papelão ondulado apresenta inúmeras vantagens sob a ótica ambiental, particularmente no
que diz respeito à reciclagem e, de forma ainda mais ampla, vantagens com respeito à
sustentabilidade (tal conceito aborda tanto o aspecto ambiental quanto social e o econômico).
O papelão ondulado é um material 100% biodegradável e reciclável, além de possuir
resistência a choques, variações de temperatura e compressão (ABPO, 2005).

Outra vantagem é o fato de que o uso de aparas gasta 10 a 50 vezes menos água 
do que o processo que utiliza celulose virgem, e conseqüentemente a uma redução no
consumo de energia (CEMPRE, 2004).

Vantagens
Adequação do ciclo de vida;
Leveza;
Compactabilidade;
Superfícies passíveis de utilização para fins de merchandising;
Montagem não requer mão-de-obra especializada;
Menor custo.

As características sustentáveis do papelão, aliadas à resistência e flexibilidade de uso
determinaram a escolha do papelão ondulado, mas com o desafio de atender todas as
necessidades projetuais sem a adição de qualquer outro material (SANTOS, UTIME e SAMPAIO, 2004).


Para “facilitar a montagem do produto” decidiu-se pela  utilização da técnica do 
CFG (Cussion-Folding-Glueing). Desenvolvida pela empresa japonesa Tokan Kogyo Co. Ltd,
Amortecimento por colagem em camadas; facilita também o empilhamento do material.


http://www.tokan.co.jp - utilização da tecnologia CFG em embalagens
http://www.cfgembrart.com.br) - Embalagem CFG para móveis
http://www.hoerauf.com - embalagens CFG da Höerauf


A base é montada inicialmente dobrando o papelão na demarcação CFG, como se fosse
uma sanfona. O resultado final são três faces originadas das combinações das partes do

papelão unidas duas a duas num ângulo de aproximadamente 360°.



Para que o produto projetado a base de papelão ondulado possa de fato viabilizar uma vida
útil mais ampla do próprio papelão ondulado, é fundamental que se evite a utilização de 
materiais que impossibilitem sua reciclagem. Assim, deve-se evitar ao máximo a utilização 
e grampos ou colas não solúveis em água ou qualquer outro material que não possa 
ser integrado ao processo de reciclagem do papelão ondulado.


Para a Embalagem Brastemp, estudada de forma mais sustentável, com a visão por
Ciclo de Vida e descarte dos materiais, percebe-se a necessidade de diminuir
sua complexibilidade, onde há ciclos isolados, tornando a embalagem com o uso
de muitos materiais, dificultando a montagem e desmontagem.

No Núcleo, trabalha-se o design desta embalagem verificando o alto impacto
ambiental com o volume e do excessivo número de componentes desta embalagem.


ENSAIO ESTEFANIE SCHUSTER
PRINCÍPIO: SELEÇÃO DE RECURSOS DE BAIXO IMPACTO
RAZERA, D; SANTOS, A. Considerações para o projeto de produtos moldados  em resíduos de madeira utilizando a compressão a frio. Revista de Estudos em Design. 2007


            O artigo teve a pesquisa iniciada com a tese de Doutorado do prof. Dr. Dalton Razera e aborda a técnica da moldagem a frio com método de aproveitamento de resíduos. O objetivo da pesquisa é desenvolver procedimentos de para produtos moldados mais acessíveis. A escolha desse resíduo madeireiro deve-se a perda de 40% durante o processamento da madeira Pinus SSP com cerca de 18 milhões de metros cúbicos anuais. Apesar do uso de painéis de madeira constituída ser em larga escala deve-se observar que o uso desse recurso não permite a moldagem. Por suas propriedades físicas e químicas a madeira laminada é usada na a fabricação de produtos moldados. Por esse motivo o uso do resíduo pode ser um recurso ambientalmente aceito. Outros aspectos também levantados pelo o artigo está o aumento do lixo urbano que veio com o aumento da população e a demanda por produtos. Segundo os autores: “Práticas existentes em colocar esses materiais no lixo não aproveitam o grande potencial de seu uso em compósitos de madeira”.

            Para realização do estudo foi feito um resgate histórico, onde sabe-se que o uso da madeira serrada e adesivo datam de 3.000 ac. No século XIX houve um avanço tecnológico quanto ao uso da madeira moldada, sendo Michael Thonet destaque na produção de produtos em madeira moldada de baixo custo. Os países escandinavos também se destaca pelo desenvolvimento da tecnologia em madeira moldada.

             O víeis da presente pesquisa prima pelo desenvolvimento de produtos inovadores através da madeira moldada que tem como resultado o compósito de madeira, que com uso de materiais menos impactantes fornecem produtos com conceito ecológico. São citados alguns produtos que podem usar o compósito em sua construção, como pallets chapas, vigas e tapetes. Porem os autores relatam que seu uso mais comum está em assentos, poltronas e painéis arredondados. Em relação a metais e plástico a moldagem da madeira é curta, possibilitando a otimização produção e melhor acabamento.

             O processo moldagem de compressão resume-se em dois moldes que definem a forma final do produto, onde o material é colocado entre as duas fôrmas, conforme figura abaixo.


Figura: processo de moldagem a quente (Fonte: Razera e Santos,2007)

Na seqüência do processo a quente vem a moldagem a frio. Um ponto crítico dessa prática é o tempo de prensagem, que se não for o suficiente pode resultar em avarias no produto final. Além da temperatura, os formatos dos moldes também podem afetar o acabamento da peça. A moldagem de partículas de madeira e resina se assemelha a produção de aglomerado, que é feito com a secagem do material e a seguir misturado a resina. Após a essa ação forma-se o colchão. A esse colchão pode ser adicionador aditivos para melhorar sua performance, como catalisadores, repelentes, fungicidas  entre outros. Existem outros processos de moldagem conforme figura abaixo:

Figura: Diagrama dos processos de moldagem

Segundo o artigo, a diferença entre os processos Thermodyn, Collipress e Werzalit está na quantidade de adesivos. A escolha de processo adequado pode fazer diferença no acabamento, resistência, tamanho e forma da peça. A escolha da madeira também podem dar resultados diferenciados, na fabricação de moldados é usado geralmente a madeira de pinus, sendo que esta pode ser combinada a outras. A densidade da madeira influencia em sua resistência, na qual maior a densidade mais resistente e menor é a compressão. Se a densidade da madeira for baixa há a necessidade de mais material e maior é compressão. No processo de moldagem também pode ser utilizado resinas naturais, porém quando há vazamento dessa resina pelo molde pode possibilitar à adesão do produto a peça de moldagem.

A temperatura da pratica da compressão a quente deve ser monitorada, dependendo da umidade do material, que podem diminuir o processo de cura do adesivo aplicado ao molde. A qualidade do produto poderá ser afetada se cura não for realizada de maneira correta, sendo o procedimento ideal a alta temperatura do molde. Segundo os autores, na fase de prensagem, o molde deve possuir abertura para facilitar a saída de vapor proveniente da umidade do material.

O experimento realizado pela pesquisa foi feito em 03 fases, sendo a primeira sobre a fabricação de compósitos e revisão da literatura. Na fase 02 foram feitas análise de casos e comparações. Na fase 03 foram realizados os experimentos. Os moldes para esses foram feitos de cimento e areia.

Figura: Moldes de Cimento e areia

Na pesquisa foram feitos 05 experimentos, descritos na seqüência:

Moldagem 01
Material: Partículas de madeira de Pinus e adesivo de contato; Compressão a frio; Tempo de moldagem de 30 minutos; Resultado: Acabamento insatisfatório porém com forma aproximada da peça.
Figura: Resultado do experimento 01

              Moldagem 02
Mesma situação anterior porem com tempo de prensagem de 2 horas.
Resultado: Aparência aproximada a peça.
Figura: Experimento 02

 Experimento 03
Material: Partículas de madeira de Araucária e 10% de adesivo de contato diluído em água (mais de 20%); Não controle de compressão a frio e de densidade; Resultado: Acabamento insatisfatório e peça com avarias.
 

                 Moldagem 4
        Material de resíduos de madeira de araucária; adesivo PVA em quantidade de 25% Sem controle de densidade e compressão; secagem em temperatura ambiente.  



Figura: experimento 04


            Moldagem 5
           Material: resíduos de madeira de “cambará”; com adesivo PVA; cura completa; tipo de secagem: natural

             Figura: Experimento 05

             Segundo os autores, os grânulos maiores do resíduos utilizados resultam na deformação da peça. O adesivo PVAc demonstra valores de propriedade mecânica baixos. Nos experimentos 1 e 2 o tempo de secagem foi fator diferencial na aglutinação das partículas. Sugere-se que experimento 01 seja utilizado em cachepos, porta-retratos e  molduras e o experimento 02 seja utilizado em revestimento, componentes internos de produtos e isolamento acústico. O experimento 03 teve melhor acabamento que os anteriores porem baixa resistência mecânica, para o uso é sugerido cesto de alimentos e embalagens de produtos leves. No experimento 04 apresenta uma melhor superfície e a forma do produto seguiu exatamento a forma do molde, para uso é sugerido vasos e embalagens. No experimento 05 teve amostra semelhante ao experimento 04 porém, devido ao material, apresenta coloração mais escura. Segundo artigo a moldagem de á frio é vista como um modelo economicamente viável, porém a quantidade da cola define a resistência do produto.

             Para aplicação em embalagem do microondas objeto de estudo no projeto Pandora a compressão a frio se mostra como uma alternativa menos impactante, já que não se utiliza de fontes energéticas. O material sugerido na pesquisa se mostra versátil em sua aplicação. Esse processo pode vir a ser utilizado em substituição ao isopor na cantoneiras e itens de proteção.Porém a técnica deve ser desenvolvida de também com outros materiais, como papelão e jornal por serem mais leves.


ENSAIO HENRIQUE SERBENA
PRINCÍPIO: SELEÇÃO DE RECURSOS DE BAIXO IMPACTO












APRESENTAÇÃO VANESSA RONCALIO
PRINCÍPIO: SELEÇÃO DE RECURSOS DE BAIXO IMPACTO
Elvin Karana, Paul Hekkert, Prabhu Kandachar. Material considerations in product design: A survey on crucial material aspects used by product designers. Delft University of Technology – Holanda. 2007

Este artigo avalia o processo de seleção dos materiais por parte dos designers de produto, com o objetivo de analisar quais são os aspectos mais significativos para os designers.

1-  As atuais fontes de dados sobre materiais são bastante úteis em fornecer informações técnicas (físicas e quantificáveis) dos materiais. No entanto, os designers também usam os aspectos intangíveis dos materiais para expressar suas intenções, atribuindo certo significado aos produtos.

2-  Características Intangíveis dos Materiais (ICM). Intangível, de um modo geral, é o que é difícil de objetivar ou definir, pois depende muito da percepção de cada pessoa e varia conforme a cultura. No caso específico dos materiais são os significados e valores comumente atribuídos, bem como as tendências, as associações e as emoções que eles provocam.

3-   Ver alguns exemplos de características intangíveis de alguns produtos em outro artigo no link: http://www.ijdesign.org/ojs/index.php/ijdesign/article/view/129/78

4-  Algumas questões ICM pertinentes à escolha dos materiais:

a- O material selecionado assegura a intenção do significado do produto?
b- Ele se insere no público alvo?
c- Que tipos de associações ele evoca?

5-  O artigo inclui um experimento conduzido por 20 designers turcos a respeito de suas considerações na seleção de materiais para seus projetos. O papel crucial dos aspectos intangíveis é enfatizado, pois todo produto tem um apelo aos sentidos do consumidor. Por exemplo: Se o metal tem aspecto frio, parece durável e robusto além de conotar precisão poderá ser usado para enfatizar as propriedades tecnológicas de um produto. (Interessante comparar com o artigo Visualising Green em relação a estas questões semânticas).

6- Fatores considerados na pesquisa quanto à seleção de materiais por parte dos designers:
a-  Quase sempre mais de um material é indicado para uma aplicação e a escolha final traz vantagens e desvantagens.
b-   A maior limitação de qualquer material se refere ao custo final de sua produção.
c-   A maioria dos designers se inspira em produtos já existentes no mercado.
d-  Muitos consultam as bases de dados da internet no que se refere à busca de materiais, pois são acessíveis e atualizadas. Mas na hora da decisão final consultam a opinião de especialistas.
e-  As propriedades sensoriais dos materiais são importantes na fase de pré-seleção. Normalmente se referem à aparência do material: textura, cor, o acabamento final que irá receber etc. Porém, quando passam da fase conceitual para a fase de detalhamento do projeto os designers necessitam de dados técnicos mais precisos.

7-  Diversos autores citados estabelecem diferentes prioridades na seleção de materiais.
Budinski (1996) é o primeiro autor a considerar os aspectos ambientais (como “business issues”) e os aspectos estéticos (“dimensional properties”). Ashby & Johnson (2002) também citam os atributos ecológicos e estéticos. Na maioria das fontes consultadas no artigo os aspectos ambientais se encontram no fim da lista de prioridades. Mangonon (1999) afirma que a maioria das empresas só considera os aspectos ambientais para cumprir com as normas previstas por lei ou como estratégia de marketing para conquistar consumidores exigentes.

Conclusão:
No caso específico do redesign da embalagem estudada (caixa de papelão do modelo de micro-ondas Ative! 30l da Brastemp) deveríamos considerar os seguintes aspectos dos materiais: técnicos (físicos e quanto ao processo de fabricação), de segurança, ecológicos, de custo, de disponibilidade, estéticos e por fim os aspectos semânticos (se ajuda a vender o produto, que mensagem esta embalagem comunica?).

Poderíamos utilizar certos aspectos intangíveis dos materiais para embalagem em nossas propostas para reforçar a idéia de um produto que é de fato mais sustentável.


APRESENTAÇÃO FERNANDA POZZA
PRINCÍPIO: SELEÇÃO DE RECURSOS DE BAIXO IMPACTO
Business ecodesign tools: ecodesign methods for industrial designers (IDSA - Industrial Designers Society of America)
Eco-indicator 99 Manual for Designers: a damage oriented method for Life Cycle Impact Assesment (out. 2000)       

Os textos que serviram de base para este esquema falam sobre a atuação do designer 
seguindo os princípios do ecodesign, tanto quando esse profissional está inserido em uma 
empresa, quanto quando atuando como consultor. A partir disso, são apresentados 
métodos para aplicação dos princípios do design sustentável em produtos e serviços.

Tendo em vista que, na maioria das vezes, o principal problema de um projeto é o curto prazo 
para o seu desenvolvimento, os autores apresentam duas abordagens a respeito dos 
princípios do ecodesign, uma delas chamada ‘rápida’ e a segunda, mais abrangente, 
chamada Avaliação do Ciclo de Vida (ACV). Para a explicação desta, os autores apresentam 
exemplos da aplicação da ACV em produtos diversos. O esquema traz mais informações sobre 
os textos e ilustra as relações existentes entre elas.




APRESENTAÇÃO ROSE
PRINCÍPIO: SELEÇÃO DE RECURSOS DE BAIXO IMPACTO
Seleção de Recursos de Baixo Impacto Ambiental
SÉRIE DESIGN SUSTENTÁVEL
Versão Fevereiro/2009
Santos, 2009


Os principais impactos ambientais são:
  • Mudança climática
  • Depleção da Camada de Ozônio
  • Uso da terra
  • Esgotamento de combustíveis fósseis
  • Esgotamento de fontes minerais
  • Acidificação
  • Eutrofização
  • Substâncias Carcinogênicas
  • Efeitos respiratórios (inorgânicos)
  • Radiação ionizante
Alguns materiais a serem evitados no projeto de produtos:


• Asbestos/amianto
• Policlorobifenóis (PCB) e polilorotrifenóis (PCT)
• Clorofluorcarbonos (CFC) (usado em sistemas de resfriamento, agentes que transformam
plástico em espuma, limpreza de circuitos impressos)
• Tolueno: produtos para limpeza e vernizes
• Ligas de chumbo
• Dicromato/Zinco/bióxido de Enxofre: cabeça de fósforos (responsáveis pela acidificação);
• Polibrumados (PBBE e PBB): componente de plásticos
• Cádmio: pigmento de coloração de plásticos, vernizes, etc
• Papel tratado com cloro (difíceis de serem filtrados no processo de reciclagem)
• Ligas à base de uréia formaldeído
• Pentaclorofenóis: produtos confeccionados em madeira
• Compostos Orgânicos Voláteis (COV): tintas
• Metais pesados: pigmentos para coloração;
• Galvanização: dificuldade de filtragem da águas residuais

Estudos de caso
(Linha Uffizi) da empresa Flexiv,



Curitiba “mesa R2” da linha Uffizi, utilizou-se o software SimaPro e a aplicação do método Eco-Indicator99, com o propósito de verificar quais componentes e processos são responsáveis pelos maiores impactos. O software permitiu modelar e avaliar ciclos de vida complexos de forma sistemática e transparente - ISO 14040.

A causa do dano ao meio ambiente no produto atual se encontra em três pontos principais:
extração de matéria-prima não renovável (combustíveis fósseis e minerais), processo de fabricação extremamente poluente (extrusão) e emissões de gases poluentes (inorgânicos e carcinogênicos).

Com tal informação foi efetuada uma análise comparativa entre as 2 propostas (substituição parcial e total dos materiais).

Essa análise permitiu a verificação de que a redução das peças metálicas em Aço SAE proporcionou uma diminuição significativa na emissão de efluentes gasosos inorgânicos, bem como na utilização de combustíveis fósseis. Uffizi R2 em eucalipto, substituindo todas as suas partes metálicas por madeira, com exceção dos parafusos.

Processo de Moldagem da Madeira a Frio



O estudo envolveu testes com a utilização de partículas de madeira de pinus e adesivos formados por resinas e catalisadores, culminando com a obtenção de um produto por meio de prensagem a frio em molde fechado e mais três chapas planas.

Aproveitamento dos resíduos da madeira através da moldagem a frio.
Madeira de reflorestamento (secadas até o ponto ideal de umidade de 6%) e cola a base
de uréia-formaldeído.

Fernandez (2006) no Laboratório de Cerâmicos do
Departamento de Design da UFPR


Coletados diferentes tipos de vidros para a realização dos primeiros testes: garrafas de vidro, potes e embalagens em geral, vidros de carro e vidros planos. Esses foram classificados de acordo com sua cor, marca, procedência.
Foram analisados:
a) comportamento dos diferentes tipos de vidros quando submetidos a médias temperaturas;
b) comportamento dos materiais dos corpos de provas também quando submetidos a médias temperaturas;
c) comportamento entre as sucatas de vidro e os corpos de prova – desmoldabilidade, outras reações;
d) analise das características dos vidros depois da queima.

http://www.experienciasperfeitas.com.br/2009/02/02/lixeira-3-em-1.html


NOTA:
De acordo com uma firma de consultoria alemã chamada Ecofys, em 2004 o Brasil ultrapassaria o volume do total de suas emissões de 983 megatoneladas para 1.100 megatoneladas, devido ao desmatamento. países industrializados que possuem as maiores economias mundiais e têm a maior parcela da responsabilidade histórica pelas emissões de gases causadores do efeito estufa até hoje. Isso significa que o volume de emissão por pessoa passaria de 5,3 toneladas para 7 toneladas. O Brasil está em segundo lugar em emissão per capita, perdendo somente para África do Sul.



ENSAIO: IVANA
PRINCÍPIO: SELEÇÃO DE RECURSOS DE BAIXO IMPACTO
VISUALIZING GREEN,Product semantics as means of environmental comuunications

Lotta HASSI - Helsinki University of Technology
Pekka KUMPULA - Helsinki University of Technology
8th European Academy Of Design Conference - 1st, 2nd & 3rd April 2009, The Robert Gordon University, Aberdeen, Scotland

Este artigo aborda uma pesquisa onde foram estudadas maneiras de comunicar um produto como “ambientalmente amigável”, não levando em conta o seu real desempenho ambiental. Apresenta, contudo, um conjunto de elementos que expressam a mensagem de que um produto é “amigo do meio ambiente”.

Existe um grande interesse por produtos desse tipo, porém os consumidores não estão dispostos a sacrificar seus desejos estéticos ou pagar mais por produtos em função do seu apelo ambiental. Dessa forma, nota-se que há uma lacuna no sentido de transmitir de forma eficiente “produtos verdes” no mercado.
Além de informações técnicas, os autores identificam o conteúdo semântico de um produto como altamente relevante na compreensão e julgamento do consumidor no que se refere à sua conduta ambiental. Os aspectos físicos de um produto podem ser usados como atrativo, visto que passam a mensagem de “ambientalmente amigável” mexendo com o emocional das pessoas.

Para a definição dos elementos que guiam o design de produtos com apelo ambiental, os autores fizeram, primeiramente, uma pesquisa quantitativa onde 8 pessoas foram entrevistadas e, essa etapa foi dividida em 4 partes: 1) aplicação de questões para definir o nível de entendimento do entrevistado e suas atitudes em relação ao meio ambiente; 2) um exercício onde os participantes agruparam um conjunto de itens conforme suas impressões pessoais sobre o apelo ambiental de cada item (apenas baseando-se na aparência dos produtos); 3) os participantes foram submetidos a um questionário referente à percepção da tecnologia como “ambientalmente amigável”  quando aplicada à produtos; 4) foram elaboradas questões gerais sobre a relação da tecnologia com produtos “ambientalmente amigáveis” colocadas aos participantes.

Em um segundo momento foi feita uma pesquisa quantitativa, onde uma lista seleta de participantes respondeu por meio da internet à questões relacionadas à cor, material, forma e atributos gerais de tecnologia (as mesmas questões colocadas aos participantes da pesquisa quantitativa no item 2).

Após o levantamento de dados, as cores, os materiais e o design foram classificados recebendo “eco-pontos”:

4 eco-pontos - Muito Ambientalmente Amigável
3 eco-pontos - Ambientalmente Amigável        
2 eco-pontos - Não Ambientalmente Amigável   
1 eco-ponto  -  Muito Não Ambientalmente Amigável

Os dados qualitativos foram analisados a fim de encontrar padrões de características relacionadas à aparência, indicando o que é percebido pelos consumidores como “ambientalmente amigável”.

As entrevistas revelaram que diferentes elementos de design têm impactos diferentes sob a facilidade de percepção ambiental. Foi observado que, normalmente, o material era visto como comunicador mais forte em relação à cor.

Outro aspecto percebido pelos autores foi que a proteção do meio ambiente é percebida, em geral, como algo suave, ao passo que valores rígidos (negócios, alta tecnologia, etc) são percebidos como distantes de qualquer apelo ambiental.

A figura 1 apresenta os resultados da pesquisa relativos às cores. Percebe-se que as cores verde, azul e branco contêm maior apelo ambiental. Os autores atentam para o fato de as cores frias, como o azul, serem mais facilmente relacionadas ao meio ambiente, enquanto que as cores quentes, como o vermelho, não tendam a ser percebidas como “amigas do meio ambiente”, sendo relacionadas com a vaidade.


Quanto aos materiais, os naturais possuem maior apelo ambiental. Verificou-se que, na grande maioria das vezes, os materiais menos refinados têm maior força ecológica. Já os plásticos, metais e produtos de madeiras processadas são percebidos de forma oposta aos materiais naturais como madeiras, pedras, couro e têxteis, como demonstra a figura 2.



A figura 3 demonstra a percepção dos entrevistados em relação à forma. Uma forma simples, mas eficiente, suporta uma mensagem ecológica, enquanto que uma forma elegante e dotada de alta tecnologia não comunica uma mensagem ecológica.


O valor atribuído a um dispositivo móvel com apelo ambiental, como pode ser visto na figura 4, se refere à formas simples, modestas, tecnologias simples e aparência durável. Do contrário, o aparelho que ostenta em sua aparência, passa a impressão de má qualidade em função do material (aparência de plástico foi considerada de baixa qualidade), cores e elementos inúteis transmite valores opostos ao “ambientalmente amigável”.



CONSIDERAÇÕES PARA O PROJETO PANDORA:

Tendo em vista a proposta do Projeto Pandora, as considerações aqui levantadas são relevantes para entender como os consumidores podem perceber um determinado produto como “amigo do meio ambiente”.

No caso da embalagem, foco deste projeto, é possível fazer alguns apontamentos no que se refere à semântica aplicada como forma de percepção de apelo ambiental.
Tomando como exemplo o papelão que, conforme o exposto, remete a um material que não necessita de grandes refinamentos e, assim, transmite um apelo ambiental não só por causa da cor, mas também pela aparência da superfície do material, pela simplicidade que cumpre satisfatoriamente a função a que se propõe e pela ausência de alta tecnologia associada a esse material.

É importante pensar nas questões semânticas que levam um produto ou um serviço a serem reconhecidos como “ambientalmente amigáveis”,  porém, o Projeto Pandora trata, muito mais do que da percepção do consumidor, mas considera a sua participação em novos cenários, onde esse consumidor irá entender, independente de apelos visuais, qual é o propósito ambiental associado a um determinado produto ou serviço.

Cabe ressaltar que a pesquisa apresentada nesse artigo foi feita na Finlândia, representando, portanto, valores específicos desse grupo social. Dessa forma, os dados dessa pesquisa podem nortear mas não definir padrões que levem a percepções “ambientalmente amigáveis”.


APRESENTAÇÃO ESTEFANIE
PRINCÍPIO: OTIMIZAÇÃO DE RECURSOS

M. Bartolomeo , D. dal Maso , P. de Jong , , P. Eder, P. Groenewegen, P. Hopkinson , P. James, L.Nijhuis, M.örninge, G.Scholl, A.Slob, O.Zaring. Produtores/ Fornecedores de serviços Eco-eficientes: O que eles são, como é que eles beneficiam os clientes e o meio ambiente e como eles são aptos se desenvolver e serem amplamente utilizados?


















ENSAIO CAROLINA
PRINCÍPIO: OTIMIZAÇÃO DE RECURSOS
Bernd Hirschl a, Wilfried Konrad b, Gerd Scholl a,∗. New concepts in product use for sustainable consumption. Journal of Cleaner Production 11 (2003) 873–881








O artigo apresenta resultados de um estudo realizado na Alemanha, o qual analisou o impacto ambiental de novos conceitos de uso de produtos, um deles foi o esqui e o outro a lavagem de roupa.


Alguns aspectos importantes foram levantados como o grande número de bens de consumo, as mudanças rápidas dos produtos, a produção de resíduos, a sub-utilização de alguns artefatos, como a furadeira. Considerou-se, também, a questão do reparo e as modalidades de utilização do produto que podem ser realizadas através do uso compartilhado, empréstimo, ou ainda serviços a serem oferecidos em substituição a compra do produto.

Os critérios de sustentabilidade atribuídos aos serviços oferecidos para os produtos existentes, que visam a otimização do ciclo de vida dos bens e dos componentes são manutenção, reparação, up-grading, re-fabricação. No caso dos serviços de de substituição ou uso-orientado, são locação ou arrendamento (direito temporário de usar).

As estratégias de extensão de vida útil começaram a ser discutidas no final dos anos 70, início dos anos 80 (utilização limitasa seguida por umasubstituição por tecnologia mais eficiente). Posteriormente, outros pesquisadores teriam uma abordagem mais abrangente de intensificação do uso e uma visao de “economia de serviço”- redução do consumo de recursos naturais, oferta de serviços (intensidade de trabalho, produção regional e consumo).

Já nos anos 90, iniciaram-se estudos relacionados as condições para o desenvolvimento e a realização de padrões de uso sustentável com menor impacto ambiental (relacionando oferta e demanda). Com o incentivo do Ministério da Educação (Alemanha 1197 – 2000), foi realizada uma pesquisa que tinha como objetivo avaliar a aceitação do consumidor no uso de produtos sustentável e formar personas com base no uso de estratégias de intensificação do uso (identificação de produtos, novos mercados, avaliação dos benefícios ambientais).

Para cumprir esses objetivos, estudos empíricos vem sendo realizados. Um primeiro estudo, junto aos consumidores representativos, com o intuito de identificar attitudes, grupo-alvo potencial de novos conceitos de uso de produto. O Segundo estudo a fim de analisar as características e a possível mudança de padrões de uso. Os objetos de estudo são a lavagem de roupa em casa em oposição à lavanderias (incluindo lavagem e secagem) e o esporte de inverno, com foco no esqui e seu uso.

A aceitação do novo conceito de uso do produto encontra bareiras relacionadas ao prestígio da propriedade ou desejo da renovação através da compra frequente de bens. De acordo com outros estudos, as mudanças de comportamento são um complexo processo que envolve as attitudes e os valores dos consumidores. Além do contexto sócio-cultural do consumo, o perfil sócio-demográfico, conhecimento (sobre alternativas), o tempo, aspectos econômicos (preço).

Questões colocadas pelos consumidores:

Prolongamento do uso do produto (auto-percepção doa consumidores alemães):
-       90,0% diz que comprariam produtos com alta qualidade e duráveis, mesmo que fossem mais caros.

-      86,1%dia que após adquirir um produto, usam o maior tempo possível, apesar de saber que vai ter que levar o produto para fazer reparo uma pequena parcela diz que substituiria um bom produto por novos, pois muitos consideram a possibilidade de reparo como suficiente (reparo de forma fácil e preço justo).

No entanto, a pesquisa mostrou que a prática diverge do discurso:

Consumo sem propriedade (aluguel):

-       Se o repara for quase o preço de um novo, comprariam o novo.
-       Falta de conhecimento de locais que fazem reparos.
-       Os produtos devem estar na moda.
-       64,3% apontam o fato de não serem responsáveis pelo reparo, manutenção e eliminação;
-    56,7% dizem que se ao alugar produtos fosse feito de forma simples e com preço justo, não comprariam;
-       72,8% demonstram preocupação com a disponibilidade do produto na hora em que se deseja;
-  69,3% dizem que gstariam de ter coisas próprias, mesmo que não as usem com tanta frequência. Neste caso, existe uma relação emocional com o artefato, além disso outro ponto negativo em relação ao novo conceito de uso do produto é a economia de tempo.

Tipos de usuário:

Propriedade-orientada: baixa a media educação, são bem informados sobre ofertas de reparo, qualidade de compra de produtos. Propensão acentuada a serviços de reparo, desejos por novos produtos. Rejeita o uso coletivo e aluguel. Qualidade e econômia são de grande importância. Padrão de consumo inflexível. Grupo alvo para estratégias de extensão de vida.

Mente aberta: média a alta educação, apresentam pouco interesse para empréstimo privado e troca e não são orientados para as tendências e novos produtos. Acreditam no aluguel de produtos usados e reconhecem as vantagens (nenhum problema com manutenção, reparacão e eliminação). São modernos, não muito jovens, aprecia moda e valores como qualidade. Grupo interessado em alugar e partilhar.

Consumo-orientado: 20,9% da população alemã. São mais inertes em ambas as direções apresentadas, consumo relativamente baixo.

Baixo interesse: correspondem a 23,4% da população. São um pouco semelhantes ao consumo orientado e a propriedade privada, devido a ligação emocional (menor). São mente aberta para alguns tipos de uso. Caracterizam-se porn ão apresentarem disposição a assumir qualquer compromisso social em favor do uso compartilhado, empéstimo, aluguel, etc.

Regime de uso: é o conjunto de inovações tecnológicas, elementos econômicos e sociais (infra-estrutura, attitudes, valores, preço, significado simbólico, etc) que determinam o comportamento do consumidor.

90% dos lares têm máquina de lavar e o mercado para este tipo de produto está aquecido, pois há a substuição de produtos antigos por novos. No entanto, o artigo analisa que a máquina desempenha a função de limpeza e mostra a necessidade das pessoas em ter o produto (estratégia e inovações são incrementais, estão relacionadas ao desempenho, consumo, emissão de ruído, água e energia).

Apenas 27% da população alemã tem esqui (3,5 % uso frequente). Há a redução do esporte, pois está relacionado com as condições climáticas. A indústria de esqui colocou o paradgma do “design e inovação” no centro de suas estratégias.

O autor afirma que a difusão de novos conceitos de uso do produto são fortemente dependentes deste tipo de dinâmica e estrutura.

Reutilização e manutenção: Aponta como crucial para a extensão da vida útil o re-uso de produtos, manutenção e reparação. Comercialização de produtos usados podem ser utilizados nas duas modalidades analizadas. Entretanto, a iniciativa de comercializar esquis e snowboards de segunda mão (sistemas de franquia), não foram bem sucedidas devido ao preço baixo dos produtos novos.


Manutenção e reparação: essas áreas desenvolvem-se de forma diferente (sendo uma resposta para a concorrência de preços), ou seja, no caso das lavadoras os fornecedores estão adotando o pós-venda, aumentando a qualidade dos produtos. Já no caso do esqui e snowboar os reparos são realizados pelos varejistas que adicionaram outros serviços baratos (automação) como fonte de renda.


Intensificação do uso: alugar esqui e snowboards tornou-se um negócio próspero nos últimos dois anos (aumento de usuários ocasionais, oportunidade de usar novo e altamente inovador, possibilidade de alugar pela internet, etc). Em contraponto, lavar roupa fora de casa tornou-se a única opcão para aqueles que não têm alternativa.

Condições de mudança de regime: leasing, reparar, partilhar. Para o autor, quando se fala em estratégias de extensão da vida útil é principalmente uma questão de preço e inovação. Enquanto a demanda por reparação exige alteração de padrão de uso, aluguel e partilha implicam em questões sociais, culturais formadas por satisfação das necessidades baseadas na propriedade e uso doméstico. Isso depende da análise que o consumidor fizer em relação ao padrão de uso (frequência) para que esta modalidade se torne mais atraente (o consumidor analisa custo e benefício – problemas com manutenção, transporte, etc).

O serviço é atraente em relação ao equipamento privado quando a qualidade, organização, melhorias técnicas da oferta de serviços e a interface com o cliente é superior.

Para as lavadoras, os atores não estão tentando criar serviços inovadores, mas observando tendências que podem ser possibilidades para uma mudança de regime: o aumento de casas menores, moradias mais próximas do local de trabalho, trabalho desenvolvido em casa, mas, para o autor, ainda falta a exploração sistema produto-serviço, tendo em vista que as tendências por ele apontadas não chegou a maioria da população.

Benefícios ambientais: a extensão da vida útil tem como objetivo a intensificação do uso, melhorar a produtividade de recursos (mais saída em termos de unidades de serviço prestado, sendo realizado por uma quantidade menor de recursos na entrada). Para avaliar o caso da lavanderia e do esqui, é necessário comparar a primeira com a lavanderia doméstica e o segundo a propriedade e o aluguel. a comparação deve considerar a avaliação do ciclo de vida de acordo com a ISO 14040. Os resultados apontam que os padrões de uso alterados são ambientalmente benéficos (consultar artigo para conferir o cálculo de comparação).

A pesquisa realizada mostrou o impacto ambiental dos novos conceitos de uso do produto em dois exemplos. No entanto, os ganhos de eficiência são menores do que esperado. Concluiu-se, então, que o potencial real de uma mudança de produtos para serviços deve ser cuidadosamente avaliada em exemplos concretos, ao invés de ser promovido como a solução ideal para a sustentabilidade. No entanto, as mudanças ou os novos padrões de uso deve ser incentivado, pois podem, juntamente com eco-eficiência, contribuir para o aumento da produtividade dos recursos de produção predominantes. O estudo, também, revelou que as estratégias que tentam englobar o maior número de consumidores fazendo uso dos conceitos sustentáveis para produto, iestão condenados ao fracasso. Uma vez que o comportamento e as preferências variam (reparo, aluguel, uso compartilhado, deve-se observar as diferenças sociais).

Os resultados da pesquisa de consumidor forneceu uma tipologia de grupo-alvo. Os chamados "Propriedade-orientada" são especialmente suscetíveis à estratégias de uso prolongado (por exemplo, reparo, produtos duráveis), enquanto os denominados "mente-aberta” poderiam ser alvo de abordagens de consumo, sem propriedade (por exemplo, aluguel epartilha). Os chamados "consumo-orientado", pode-se dizer que são mais ou menos imune a tais conceitos. Esta visão diferenciada deve ser levado em conta, por exemplo, na concepção de campanhas de informação pública ou estratégias de marketing. Os estudos de caso têm fornecido dois resultados principais:

1. Em relação a difusão de estratégias da extensão da vida útil, notou-se que é uma questão de preços relativos e inovação dinâmica. O sucesso de mercado depende de alguns fatores, no caso a intensificação de uso está subordinada à questão sócio-estrutural, ou seja, mudanças culturais que constituem uma pré-condição para uma mudança de regime. Já no caso dos conceitos de aluguel e partilha, estes devem ser considerados como formas socialmente e culturalmente formadas por satisfação das necessidades com base na apropriação e uso doméstico de produtos. Quanto aos custos de utilização e as diferentes modalidades, vão depender da reflexão do consumidor em relação aos seus padrões de uso.

2. Os modernos conceitos de serviços, tais como o arrendamento ou compartilhado de uso não se limitam ao fornecimento de bens temporários. Eles exigem a integração de um número de organizações, logística, tecnológica, inovações no contexto da rede de cooperação, etc. Snowboards ou máquinas de lavar roupa são apenas um elemento neste cenário. Isso significa que as empresas podem transformar-se em fornecedores serviços e, não apenas fornecerem bens. Isto é uma condição necessária, porém não o suficiente para uma mudança de regime. Um desenvolvimento bem sucedido e difusão de novos conceitos de uso de produtos, irá exigir um re-arranjo das relações entre os atores, infra-estruturas técnicas, fatores de oferta e demanda, além de padrões organizacionais. Criação de quadro adequado de condições de trabalho e um clima favorável para as inovações e, em particular, identificar e suportar os agentes de mudança, devendo assim, estar no centro das políticas futuras de sustentabilidade.

No caso do projeto Pandora, a embalagem é algo que pode ser desenvolvida pensando na intensificação do uso, visto que após a compra ela é rapidamente descartada.




APRESENTAÇÃO HENRIQUE
PRINCÍPIO: OTIMIZAÇÃO











APRESENTAÇÃO FERNANDA COSTA
PRINCÍPIO: 
Csacade Approach






ENSAIO IVANA
PRINCÍPIO: EXTENSÃO DO CICLO DE VIDA DOS PRODUTOS
Dematerialisation for urban waste reduction: Effectiveness and side-effects
CML-SSP Working Paper 02.001
Leiden, September 2002
Authors: Lauran van Oers, René Kleijn & Ester van der Voet
© Copyright 2002 Centre of Environmenta
l Science (CML), Leiden University

O Brussel Institute for Management of Environment (BIME), que é responsável por formular estratégias de prevenção e planejamento de resíduos na Região de Bruxelas, assume que para uma mudança no volume de resíduos é de suma importância que haja uma mudança de comportamento do consumidor. Nessa perspectiva, a desmaterialização é citada pelos autores como forma de alcançar um consumo mais sustentável e, contudo, alertar para possíveis efeitos colaterais. Desta forma, este ensaio trata de identificar como realizar uma “desmaterialização inteligente”, considerando sua eficácia e possíveis efeitos colaterais. E, além disso, levantar algumas estratégias identificadas na leitura que podem ser pensadas nas proposições de conceitos para o Projeto Pandora.

Os autores focam nos resíduos domésticos gerados pelas famílias da Região de Bruxelas, cujo crescimento é gradativo. Para tanto, existem vários sistemas de coleta de resíduos e, em sua maioria, são coletados de casa em casa. Para a redução desses resíduos, existem estratégias e planos documentados no relatório “De Preventie en het beheer van afvalstoffen in het Brussels Hoofdstedelijk Gewest. Plan 1998-2002”.

Esta região tem como prioridades para a geração de resíduos a prevenção da produção de resíduos na fonte e redução ou eliminação da nocividade dos resíduos para o meio ambiente; a aplicação útil dos resíduos fazendo, por exemplo, compostagem; reciclagem; recuperação de energia e, um maior cuidado no tratamento final fazendo, por exemplo, com que toda a incineração tenha recuperação de energia.

Estas prioridades, em sua maioria, classificam-se como end of pipe (fim de tubo). Percebe-se, contudo, que ainda se faz necessário pensar em outras formas de controlar os resíduos. Nesse sentido, o governo da região de Bruxelas, também inclui diferentes iniciativas na esfera da sensibilização do consumidor e responsabilidade dos produtores. Cabe ressaltar, que mesmo tomando tais iniciativas e prioridades como estratégia de controle dos resíduos da região, a redução não aconteceu.

É importante perceber que, muitas vezes, uma iniciativa que objetiva gerir de forma sustentada os resíduos gerados pelos consumidores pode influenciá-los a um estilo de vida menos sustentável, aumentando seu consumo e, conseqüentemente, o volume de resíduos gerados pelas famílias. Isso pode acontecer em função de o consumidor estar satisfeito com a gestão de resíduos, não sentindo necessidade de diminuir o seu consumo. Exemplo disso são as lâmpadas de baixo consumo energético, onde a introdução dessa iluminação eficiente deu às pessoas a impressão de que, sendo um custo baixo, elas poderiam utilizar 24 horas por dia sem problemas. Portanto, fica claro que a introdução de novos produtos mais eficientes pode provocar mudanças negativas no comportamento dos consumidores.

Na busca por soluções sustentáveis, é relevante considerar também que, tanto na esfera do consumidor como na esfera do produtor, nem sempre materiais leves serão, necessariamente, mais sustentáveis que materiais pesados. Além disso, a substituição de materiais pode causar sérios efeitos colaterais devido à redução da expectativa de vida do produto, considerando a necessidade de transporte; a tendência de se desfazer dos produtos ao invés de repará-los e a redução da reciclabilidade. Por outro lado, o prolongamento da vida útil de alguns produtos pode gerar o uso excessivo de energia como, por exemplo, refrigeradores antigos, cujos motores exigem um consumo maior do que os novos refrigeradores. E, ainda, a recuperação e a reciclagem podem apresentar efeitos colaterais devido ao transporte extra, consumindo energia que, muitas vezes não compensa.

Nesse contexto, surge a desmaterialização, que tem sido mencionada freqüentemente como uma estratégia para o desenvolvimento sustentável. Em termos gerais, a desmaterialização pode ser definida, conforme os autores, como a redução de inputs (entrada de materiais, energia e informação) nas sociedades humanas. A desmaterialização pode ser medida em diferentes níveis de escala geográfica como nações, regiões e cidades, mas também dentro de diferentes setores da indústria, residências e em produtos. Pode-se identificar a desmaterialização relativa, a qual implica em um crescimento econômico sem aumento simultâneo do consumo de recursos e, a desmaterialização absoluta, que consiste na diminuição do consumo de recursos. Em ambos, está implícito um aumento da eco-eficiência do consumo e utilização dos recursos naturais.

Observa-se na sociedade industrializada uma tendência onde a informação tem se tornado, gradualmente, mais valiosa do que a matéria. Um exemplo apresentado pelos autores trata da substituição do dinheiro físico por transações bancárias feitas pela internet, pelo telefone, em caixas eletrônicos, etc.

Nesse sentido, a desmaterialização pode ser realizada por diferentes caminhos: o aumento da eficiência do uso dos materiais (utilizando-se menos material para uma função específica); a substituição de materiais; reuso/reciclagem; compartilhamento (uso de um produto por mais de um consumidor); entre outros. Para tanto, diferentes estratégias são citadas pelos autores como forma de viabilizar esses caminhos. Entre elas, promover leasing, incentivando produtores a fazerem produtos fáceis de serem reutilizados e reciclados, duráveis, de fácil montagem e desmontagem, etc., introduzindo a responsabilidade estendida do produtor.

Em um nível mais elevado do conceito de desmaterialização, está a transição de produtos para serviços, o que os autores se referem como “servicizing”. Essa transição propõe que o consumidor não compre produtos, mas contrate um serviço que cumpra a satisfação de suas necessidades sem, necessariamente, envolver a posse de um produto. Assume que os produtores terão um envolvimento maior com o consumidor, já que o acordo estabelecido entre eles prevê a satisfação da necessidade do consumidor, independente dos caminhos adotados pelo produtor. Desta forma, a responsabilidade do produtor estende-se por toda a vida útil do produto.

Os autores apresentam inúmeros exemplos levantados a fim de selecionar boas práticas para o controle de resíduos da Região de Bruxelas. Entre eles, soluções de compartilhamento; de leasign; de substituição de materiais e de reparo. Assim, definem a transição para a desmaterialização como algo viável para um grande número de pessoas. Nesse caso, o ganho ambiental é apenas uma das vantagens, para muitos essas iniciativas, gradativamente, vão surtindo efeitos para uma mudança de comportamento, onde a transição de produtos para serviços acontecerá de forma natural e sem custos para a qualidade de vida.

Tendo em vista os exemplos apresentados pelo autor, como estratégia a ser pensada nos workshops de criação do Projeto Pandora, pode-se ressaltar algumas proposições de “Servicizing”.

A partir das categorias “Produto+Serviço; Aluguel/Leasign; Promoção de novas tecnologias; Compartilhamento; Retornável/Regenerável/Reuso; Envolvimento de stakeholders; e Bens Imateriais” foram encontrados exemplos de servicizing que poderão contribuir com a minimização de resíduos – princípio estudado no primeiro ciclo de criação do Projeto Pandora.

Considerando que no ano de 2000, na Região de Bruxelas, 75% das residências tinham computadores conectados à internet e, tomando como exemplo o caso dessa região, pode-se partir da inspiração de que algumas partes da embalagem a ser proposta poderão ser digitalizadas (manuais, erratas, etc) e, desta forma, reduzindo resíduos associados à compra do produto.

Outra estratégia levantada pelo autor é a embalagem retornável. Nesse caso, a embalagem do produto pode ser reutilizadas tanto quanto seu material foi desenvolvido para suportar e o descarte da mesma poderá ser controlado pela empresa. Assim, o consumidor não tem responsabilidade quanto à embalagem do produto adquirido.

O serviço de entrega à domicílio é também uma opção que, aliada à estratégia da embalagem retornável e à estratégia do serviço de compra pela internet, pode contribuir para a minimização do uso de recursos. Supõe-se que o consumidor não terá mais a necessidade de ir até a loja fazer suas compras (geralmente de carro), realizando a compra pela internet e recebendo o produto em casa.

Adotar o reparo do produto, para que não haja o descarte precipitado do mesmo, é uma opção de extensão do ciclo de vida do produto, porém reflete na redução da demanda de embalagens. Portanto, esta é uma estratégia apresentada pelo autor que pode ser utilizada, posteriormente, como inspiração nos workshops de criação.




ENSAIO CAROLINA DAROS
PRINCÍPIO: EXTENSÃO DO CICLO DE VIDA DOS PRODUTOS
UNEP – Industry and Environment
A publication of the United Nations Environment Programme
Division of Technology, Industry and Economics
Une publication du Programme des Nati
ons Unies pour l'environnement
Division Technologie, Industrie et Economie
Una publicación del Programa de las Naciones Unidas para el Medio Ambiente
División de Tecnología, Industria y Economia
ISSN 0378-9993
Industry and Environment
Volume 23 No. 4
October – December 2000


O relatório da UNEP trata das questões referente aos transportes (carros, trens, aviões, ônibus, avios), bem como as consequências da utilização dos mesmos e as possíveis soluções para os problemas causados. Também traz diversos artigos que apresentam pesquisas e experimentos em diversas áreas do conhecimento que tendem a minimizar os impactos, apresentam também possíveis soluções a serem implementadas a médio e longo prazo. Entre os estudos estão a eficiência energética, a comparação entre combustíveis (gasolina, diesel, metanol, hidrogênio), testes de diferentes inovações tecnológicas, políticas e planejamento, transporte intermodal e transportes não motorizados.
No entanto, este resumo tem o intuito de agrupar as informações abordadas nos artigos apresentados, também pretende-se ressaltar as ideias e/ou soluções expostas no relatório, porém dando maior ênfase as que contemplam a minimização de recursos, objeto de estudo neste momento.
CONTEXTO
Os meios de transporte (carros, caminhões, navios, aviões, ônibus, etc) tem como principaisfunções o acesso a bens, serviços e atividades, o tráfego (veículo em movimento) e a mobilidade (circulação de pessoas e mercadorias).
PROBLEMAS APRESENTADOS
A maioria dos artigos contextualiza a necessidade de rever políticas, tecnologias, modos de transporte, comportamento, entre outros fatores, devido aos problemas causados pelo uso dos meios de transporte. Tais problemas foram extraídos do relatório da UNEP e relacionados abaixo :
- poluição (emissões atmosféricas) a partir do uso de combustível fóssil (matéria-prima esgotável);
- os espaços (físicos) ocupados por rodoviárias e aeroportos;
- os meios de transporte dos países desenvolvidos são substituídos por outros mais eficientes e os antigos são vendidos para os países em
desenvolvimento, muitas vezes sem manutenção adequada;
- o crescimento da frota em países em desenvolvimento;
- comprometimento da mobilidade;
- apresentam falta de manutenção (regulagem do consumo de combustível);
- utilização de combustíveis fósseis (gasolina com chumbo);
- interfere também na segurança alimentar;
- congestionamento;
- consumo energético na fabricação;
- modificações do ambiente (mexilhão zebra – introdução de espécies exóticas ocorridas pelo transporte marítimo);
- transportes público e privado inadequados.
Os transportes causam impactos urbanos, regionais e global. Os impactos urbanos causam danos a saúde, as plantas, ao ambiente. Já os danos regionais são, por exemplo, as chuvas ácidas e no âmbito global o aquecimento.
O relatório também analisa o crescimento do transporte ferroviário, aéreo e hidroviário e os impactos diretos na demanda energética até 2020.
Portanto, existe a necessidade de reestrutura dos sistemas de transporte, porém o questionamento que fica para os gestores públicos é como mover pessoas, bens, serviços e informações de forma mais eficiente.
CONCEITO TRABALHADO
Transporte sustentável: controle das emissões atmosféricas, deve apresentar equilíbrio entre o maio ambiente, crescimento econômico e equidade.
TENDÊNCIAS E TECNOLOGIAS DE TRANSPORTE (SUGESTÕES EXPOSTAS NO RELATÓRIO) / MEDIDAS A SEREM ADOTADAS
- Para a fabricação de automóveis: veículos mais leves, compósitos poliméricos avançados – fibra de carbono (analisar adequação de material), melhorara a aerodinâmica e pneus, redução e eliminação de componentes mecânicos e elétricos, substituição do motor por gás comprimido de hidrogênio (são mais seguros e de 3 a 4 vezes mais eficiente que o carro normal), grande para acomodar cinco adultos, forte para transportar cerca de meia tonelada, confortável, espaçoso, não amassar, não enferrujar, econômico (hidrogênio – emite água potável quente), ser flexível, personalizável, atualizável, vender por um preço atrativo, motor de células de combustíveis;
- Transporte de cargas: miniaturização dos produtos, pensar nas embalagens (primária, secundária e terciária), planejamento da logística, considerar empilhamento/palletização, segurança, partilha da capacidade do veículo.
- Transporte não motorizados (a pé, bicicleta, carroças com animais): investir em segurança;
- Veículos ferroviários: levitação magnética, utilização de energia elétrica;
- Medidas de eficiência energética: aumentar quota de veículos a diesel devido ao custo e ao desempenho;
- Combustível: reduzir o consumo, acelerar a transição de hidrogênio e/ou implementação de célula de combustível;
- Agenda paralela - uso da terra, modos alternativos e modelos de negócios: infra-estrutura para que as pessoas possam realizar suas atividades a pé, investimentos em telecomunicações, políticas de preço, prestação de serviço de acesso e mobilidade (serviço de compartilhamento ao invés de venda de carro, diversidade de carga, aluguel de carros, entregas, táxi, companhias de petróleo ganham com a venda do carro), contemplar não somente a mobilidade física;
- Tráfego aéreo e de carga: otimização de tempo, aeronaves menores com destinos melhor planejados (poupa tempo de passageiro e combustível, pois evita escalas – eficiência e conveniência), remotorização de aeronaves antigas;
- Diminuir poluição do ar e sonora;
- Melhorar a autonomia das funções;
- Otimização aerodinâmica;
- Desenvolvimento de veículos inovadores com integração de tecnologias ambientalmente eficientes para grande escala;
- Investimentos em tecnologia da informação para melhorar os sistemas de transportes públicos, aumentando a qualidade de informação prestada aos passageiros (boa orientação, economia de tempo, melhoria da gestão de operações, confiabilidade, etc) torna-se possível a conscientização do uso deste tipo de transporte que gera benefícios econômicos e ambientais. Para se ter uma implementação eficiente, é importante fazer um sistema flexível que permita a troca de informação em tempo real, como internet, rádio, telefone, site, etc;
- Papel do motorista: manutenção veículo, dirigir corretamente;
- Melhorar as condições do ar nas grandes cidades, melhorar a segurança, acessibilidade e comodidade de acesso para todos, melhorar a estabilidade econômica, bem como encontrar formas atrativas para os fabricantes de automóveis (vantagem competitiva e duradoura), realinhamento de interesses políticos, maior empreendedorismo e integração do design, além de mudança de combustível (políticas de preço justo);
- Papel do governo: mudança de tecnologia, comportamento e infra-estrutura - rodovias, sistemas inteligentes de transporte, fluxo do tráfego, limites de velocidade x consumo de combustível, limitar o crescimento da atividade de transporte, incentivo político e financeiro para modos de transporte menos poluentes;
- A medida que os transportes chegam mais próximos dos seus custos ambientais, os bens produzidos localmente serão favorecidos em relação aos que estão mais distantes (vantagens competitivas). Outros fatores como logística e carga também será melhorado pelo aumento da eficiência dos transportes;
- Fabricantes: mudar materiais, métodos de fabricação, combustível, uso de equipamentos eletrônicos e softwares, atuar também na prestação de serviços;
- Barreiras culturais e de comportamento: significado atribuídos aos automóveis – necessidade de trabalhar novos conceitos que contribuam para uma efetiva mudança nos hábitos de consumo e de comportamento;
- Reutilização da estrutura dos automóveis antigos;
- Propor e incentivar o acesso aos serviços de transportes e de mobilidade, além dos transportes não-motorizados: as pessoas devem tentar resolver os problemas do cotidiano em estabelecimentos próximos ao seu local de trabalho ou moradia;
- Infra-estrutura nas cidades, bairros, planejamento do uso da terra: deve trazer benefícios econômicos reais (as pessoas devem passar a ter acesso a educação, emprego e a outras oportunidades), avaliação de impacto, avaliação ambiental;
- Investir em oleodutos para transporte de produtos petrolífero, reduzindo assim o transporte ferroviário e rodoviário;
- Concessões financeiras: mecanismos que prevejam fundos que beneficiem alguns países através de projetos e atividades que visem proteger globalmente o meio ambiente (por meio do Global Environment Facility – GEF);
- Replicar em outras cidades e países o modelo de transporte de Curitiba: uso de canalhetas, ônibus do tipo bi-articulado, considerado ágil e fácil, com tarifa justa e paga apenas uma única vez (sistema inteligado – terminais de ônibus e estações tudo permitem a troca de ônibus com uma única passagem).
IDENTIFICAÇÃO DOS CONCEITOS DE MINIMIZAÇÃO DE RECURSOS TRATADOS EM AULA E OS ABORDADOS NOS ARTIGOS
Os artigos trazem alguns princípios da minimização de recursos aplicados ao desenvolvimento de transportes, principalmente automóveis, tais como:


- Substituição e/ou redução de materiais: materiais leves e híbridos;
- Otimização da aerodinâmica,
- Redução de volume de sistemas (motor, estrutura ,redução da resistência dos rolamentos,  entre outros),
- Miniaturização de componentes e peças;
- Medidas de eficiência energética: incentivar o consumo de combustíveis que apresentem melhor desempenho;
- Sistemas de informação de transporte público digitalizados: web, celular, rádio.
VEÍCULOS DESENVOLVIDOS COM BASE NOS CONCEITOS DE TRANSPORTE SUSTENTÁVEL.


Exemplo :



ULTRALIGHT FERROVIÁRIA DIRETA PARA DESTINO
CyberTran é um sistema ferroviário de passageiros única que funciona mais como um elevador de um sistema de transporte tradicional. Em vez de correr em um horário definido, um sistema controlado por computador responde às necessidades dos passageiros em tempo real. Os passageiros entram com informações de seus destinos na estação, e em um curto espaço de tempo, os veículos chegam para levar ou deixar os passageiros em seus destinos. Vários veículos de pequeno porte e estações off-line permitem este nível de flexibilidade e agilidade. Sem paradas desnecessárias, sem se preocupar com itinerários.
A velocidade média dos veículos CyberTran corresponde a 50 km/h, e eles operam através de eletricidade, que pode ser gerada por painéis solares que compõem o caminho percorrido pelo veículo (guideway - “trilhos”). Em vez dos motoristas, os veículos são controlados por uma central.
VEÍCULOS
·  CyberTran veículos concebidos para transportar um pequeno grupo de passageiros diretamente de uma estação para outra.
·       Capacidade de 20 pessoas, em um ambiente mais luxuoso do que o metrô.
·       Devido ao seu tamanho, é mais leve.
·       Sistema anti-colisão.
·       Guideway: não interfere no tráfego de veículos ou pedestres, aumentando a segurança.
·   Estação: localizadas fora da linha principal, proporcionando melhora de desempenho em relação a velocidade média e a conveniência do passageiro. Os veículos são guardados nas estações quando não em uso, então eles estão sempre disponíveis.



CONCLUSÕES
Os dados contidos neste relatório são de 2000, as soluções propostas prevêem a implementação de transportes sustentáveis até o ano de 2020. No entanto, o que podemos constatar é que na prática, poucos países adotaram estas mudanças.
Algumas propostas nos parecem utópicas, talvez pela dificuldade de imaginarmos mudanças tão radicais quando comparadas ao modo de vida atual. Também devemos considerar as questões políticas, econômicas e tecnológicas que são barreiras significativas para essas proposições.
Os fatores culturais, de comportamento e hábitos de consumo também influenciam diretamente na implementação dessas mudanças. Portanto, deve-se verificar a aceitação das pessoas, posteriormente deve haver um planejamento, para que cada etapa seja superada gradativamente, trabalhar através da comunicação conceitos voltados a transportes sustentáveis, a importância da mudança de hábitos, mostrando as vantagens ou ganhos individuais, bem como ambientais.
Investir em infra-estrutura é extremamente importante, como transporte público eficiente, ciclovias, sinalização, segurança, serviços (aluguel, compartilhamento, carona solidária, etc).
Alguns artigos mostram cases de empresas que investem em inovação como Michelin Pneus, Volvo e Volkswagen. Esta última apresenta um planejamento de curto prazo, mais realista, além de metas para médio e longo prazo que dependem de adoção de estratégias que envolvem investimentos em tecnologias e viabilização de projetos em termos de custo.
Para tanto, é necessário planejamento, definição de metas, para implementação dessas propostas. Tendo em vista os problemas apresentados, essas mudanças são urgentes e os desafios são enormes.



ENSAIO ESTEFANIE MOREIRA SCHUSTER CRISTOFOLINI
PRINCÍPIO: EXTENSÃO DO CICLO DE VIDA DOS PRODUTOS
KOVÁCS, Gyöngyi. Corporate environmental responsibility in the supply chain.  Journal of cleaner production 16. 2008 (p. 1571-1578)


O artigo “Responsabilidade ambiental das empresas na cadeia de Suprimentos” de autoria de Gyöngyi Kovács (Escola de economia e Administração da Finlândia) tem como objetivo fazer uma análise da responsabilidade ambiental da empresa além das fronteiras coorporativas, ou seja, na cadeia de abastecimento. A pesquisa estudou 16 empresas finlandesas de acordo com normas ambientais. O tema abordado é a extensão da responsabilidade ambiental e social dessas empresas. O artigo traça definições Ecologia Industrial, Gestão Ambiental e Gestão de cadeia de suprimentos para balizar a pesquisa. Segundo o autor, a literatura se limita apenas a dimensão do produto e não ao processo que permeia a fabricação de produtos. São citados alguns atores desse processo com sendo a tecnologia, processo, serviços e produtos. Através desse estudo o autor elaborou 4 proposições de melhoria nas práticas ambientais, essas hipóteses irão ser verificadas nas análises realizadas com as empresas selecionadas.

Kovács cita o Green Paper of European Comission que trata da responsabilidade das empresas além de suas fronteiras e sobre novas iniciativas de reciclagem para processos de fabricação. Além das normas também tem que haver uma abordagem cultural coorporativa no que se refere a extensão da responsabilidade, com objetivo de envolver comunidade e empresa responsabilizando pelos impactos causados por seus produtos. A discussão entra também nos papeis a serem desempenhados pelas governanças e as práticas de voluntariado. Aspectos sociais também devem ser analisados, seja nas relações e condições de trabalho e remunerações. Bem como o desenvolvimento de projetos para otimização de seus processos e produtos. A preocupação maior é com a cadeia de fornecimento global, novos protocolos de reciclagem, protocolos para embalagens e a responsabilidade dos fabricantes. Ciente da responsabilidade empresarial o autor lista proposições a respeito das questões ambientais na cadeia de fornecimento.

Proposição 1: As empresas assumem a responsabilidade ambiental de seus produtos no transporte, distribuição e comercialização (downstream)  na cadeia de abastecimento.


A origem da matéria-prima também deve ser investigada quanto ao uso de normas ambientais. Para que isso ocorra fornecedores devem compartilhar com a corporação seus objetivos em relação à sustentabilidade, no que se refere fluxo de material, processo e distribuição. Segundo Kovács deve haver uma distinção entre  as empresas que  assumem responsabilidades ambientais em relação aos seus produtos, processos e fornecedores. O autor sugere:

Proposição 2: As empresas assumem a responsabilidade ambiental pelo  upstream (fontes) de seus fornecedores na sua cadeia de produção.


O consumidor final procura por produtos ecologicamente corretos e pagam pela reputação ambiental da empresa. A má reputação é percebida pelos clientes da fase dowstream (distribuição), por isso a empresa deve estar atenta, já clientes exerce uma força sobre esses aspectos, definido pelo autor como uma importante pressão externa. A criação de materiais gráficos ou virtuais que explicita o posicionamento da empresa quanto as questões ambientais também pode auxiliar na conscientização de seus fornecedores. Outra tendência é a relação de satisfação que o cliente estabelece com o produto de origem ambiental.  a proposição 3 relata a falta de medidas ambientais 

Proposição 3: A responsabilidade ambiental diminui upstream da matéria-prima (exploração, desenvolvimento, produção e transporte) na cadeia de suprimentos.


As em conjunto com outras empresas podem agilizar o processo governança, seja por criação de certificados, acordos e programas voltados a sustentabilidade. Segundo Kovács, essas ações voluntárias poderiam auxiliar no processo de regulamentação ambiental. O autor cita os exemplos como agendas, relatórios, ONGs e comissões que podem vir a fortalecer e auditar ações ambientais das empresas. Para que essas ações ocorram a empresa deve estar prepara. Deve haver uma lei direcionada ao sua área de atuação.

Proposição 4: A responsabilidade ambiental de uma empresa depende da sua natureza industrial.


É entendido que deve existir política publicas orientadas. Para isso, a coleta de dados referente a pesquisa foram qualitativos que teve inicio com a seleção 100 grandes empresas e então foi feito um recorte reduzindo esse número para 16 empresas participantes. Os dados coletados estudados afim de entender a estrutura das empresas e então comparados, com relação sua posição geográfica, tamanho e setor economico. O estudo foi realizado em duas etapas, primeiramente com estudo piloto e então aplicado. As ferramentão aplicadas para coleta de dados foram entrevistas semi-estrutradas e análise de documentos fornecidos pelas empresas. Os entrevistados eram gerentes ambientais ou gestores de cadeia de abastecimento. Foram escolhidos forncedores de vários niveis de fornecimento. Foram feitos questionamentos com relação a postura ambiental em relação ao cliente e a empresa. Resumindo, as entrevistas eram baseadas perguntas de cunho ambiental relacionados aos parceiros e de como se dava comunicação entre as empresas. Esses dados foram codificados que atraves da analise desses dados foi montado uma matrix.


A fase downstream do processo é permeada por diversos tipos de legislações e empresa é responsabilizada pelos resíduos gerados durante todo o ciclo de vida do produto. O autor relata que é necessária uma boa relação com seus colaboradores e parceiros. Com relação a garantia dos produtos, Kovács analisa como sendo uma ação mais tecnológica relacionada a qualidade. Ferramentas como softwares podem auxiliar e auditar ações praticadas na cadeia de suprimento.


Segundo o autor empresas assumem a responsabilidade ambiental por seus produtos e não dos participantes do processo dowstream da cadeia de suprimentos. A pesquisa apontou para uma inter-relação entre indústrias, essas relações coorporativas podem ser voluntárias para outras indústrias em vários níveis da cadeia de abastecimento. Neste caso o cliente serve como incentivador e auditor da demanda ambiental.


A informação sobre os fornecedores deve fazer parte da cadeia de suprimento, conforme frisa o autor, temos o direito de saber a origem das matérias-primas que consumidos, para isso certificações poderia auxiliar na  avaliação da qualidade da fonte. Kovács cita que com legislação adequada é possível identificar e auditar fornecedores, evitando contratações sem se saber procedência, que atualmente o cenário está se modificando através da responsabilidade estendida, tornando o sistema mais confiável. A exigência do por parte dos clientes em se conhecer os fornecedores deve-se também a uma maior conscientização ambiental. Segundo o autor as propostas 3 e 4 devem ser repensadas. Com relação a hipótese 03, não se comprova que uma responsabilidade ambiental necessariamente possa diminui ou aumentar upstream da cadeia de abastecimento. Apesar de não foi comprovado, é sabido que pode ser posssivel apartir de investimentos, otimização de processos, investimento em TI e estudo da rotas.


Na proposição 04 a responsabilidade ambiental ultrapassa limites territoriais abrangendo um maior número de empresas dissolvendo as diferenças entre elas. Embora existam iniciativas das indústrias e  legislação ambiental as empresas geralmente estão confinadas a um determinado setor ou de uma região geográfica específica que acaba por afetar outras indústrias por meio da responsabilidade ambiental na cadeia de abastecimento. 
Concluindo, a pesquisa teve como objetivo uma análise da demanda ambiental e foi verificado que essa responsabilidade é mais influente em áreas de que as empresas atuam geograficamente, mesmo diferentes, compartilham os mesmos objetivos ambientais.  Como resultado esses padrões ambientais, através da cadeia de suprimentos ultrapassa essas fronteiras ambientais tornado-se um a ação global. A responsabilidade estendida ao produtor também possibilitou o desenvolvimento e aplicação de práticas ambientais. Porém para os fornecedores a demanda ambiental não apresenta nenhum efeito, empresas devem reunir informações sobre esses fornecedores e selecioná-los de acordo com suas estratégias. Essas cadeias de suprimentos podem ser vistas como multiplicadores da responsabilidade ambiental, já que difundem esse conceito. Apartir desse estudo, o autor, levanta  duas hipóteses.

Proposição 05: A cadeia de suprimento é intermedia da demanda ambiental  além das fronteiras da indústria.

Proposição 06:
 A cadeia de suprimento é mediadora da demanda ambiental para além das fronteiras regionais.


Concluindo, a ecologia industrial foca apenas nos produtos como item impactante e não leva em consideração o processo de da cadeia de suprimentos. Kovács relata que as medidas ambientais por vezes não são direcionadas a atividades especificas das empresas, sendo o cliente a força motriz para ações ambientais. Por fim, as governanças têm papel a desempenhar na implantação e implementação dessas normas. Além de preparar o espaço geográfico com boas estradas e políticas publicas que atenda a essa demanda.


ENSAIO VANESSA W. RONCALIOVanessa W. Roncalio 
PRINCÍPIO: EXTENSÃO DO CICLO DE VIDA DOS PRODUTOSRe-considering product design: a practical “road-map” for integration of sustainability issues. Sissel A. Waage
Journal of Cleaner Production 15 (2007) 638-649 (http://www.sciencedirect.com/)



Reconsiderando o design de produto: um "guia" prático para a integração de questões relacionadas à sustentabilidade



O presente artigo é resultado de pesquisas prévias sobre questões relativas a sustentabilidade e é também o resultado de um encontro que reuniu acadêmicos, empresários, representantes do governo dos EUA e de grupos de pesquisa, todos focados nos princípios, estratégias, abordagens e ferramentas para a integração de fatores sócio ecológicos na avaliação de produtos ou serviços.

Os autores sugerem uma espécie de guia para os designers e os gerentes de produção que buscam integrar a sustentabilidade e responsabilidade social em suas decisões.
Com uma análise do processo usual de desenvolvimento de produtos nas empresas é traçada uma estratégia que considera também os fatores ambientais e sociais da sustentabilidade. A princípio, o processo típico de design de produto é constituído por três fatores:

1-  O primeiro estabelece especificações para o produto, necessidade ou serviço a ser avaliado.
2-  O segundo fator inclui os custos, o cronograma, os materiais e processos disponíveis, fatores estéticos e considerações mercadológicas.

3- Por último, se inclui o conhecimento e a experiência dos designers que irão moldar o processo e sua gama de opções. Dentre estes fatores deve-se estabelecer o espaço para a inovação.

Neste processo, os parâmetros de sustentabilidade devem ser integrados. O grande problema é chegar a um consenso sobre as ferramentas de avaliação sobre as questões relativas à sustentabilidade. Embora vários trabalhos na área da sustentabilidade tenham sido publicados nos últimos anos, há sérias dificuldades para o designer e/ou empresários identificar caminhos específicos a serem tomados. Esta falta de clareza é o que dificulta a integração da sustentabilidade no contexto empresarial.

É necessário, portanto, se estabelecer alguns critérios que auxiliem a tomada de decisões por parte das empresas em relação à sustentabilidade. Assim, que estes critérios são definidos e articulados os designers podem considerar de maneira mais clara as opções a serem tomadas.

Um possível “guia” para implementação é constituído de quatro fases:
Processo de Sustentabilidade para Designers:
1-  Estabelecer o contexto de sustentabilidade (em relação ao cliente e ao produto)
2-  Definir as questões chaves para a sustentabilidade (através de um mapeamento e análise)
3-  Avaliação (considerar possíveis caminhos para uma solução sustentável)
4-  Ação e recebimento de feedback ( criar produtos e/ou serviços sustentáveis e continuamente avaliar os conceitos e o contexto da sustentabilidade)

Caminho do Designer
Questões do Design
Questões da Sustentabilidade
Caminho da Sustentabilidade
Compreender
Quais são os problemas/necessidades?
Qual nossa visão de um produto ou empreendimento sustentável?
Estabelecer o contexto da Sustentabilidade
Explorar
Quais as possíveis soluções?
Quais as implicações ecológicas e sócio econômicas das várias soluções?
Definir as questões da sustentabilidade
Definir/Refinar
Qual a melhor solução?
Qual a solução mais sustentável?
Avaliar
Implementar
Como faremos?
Como a manufatura, a distribuição, o uso/re- uso ou fim do ciclo de vida do produto pode ocorrer de maneira sustentável?
Como os atributos deste produtos serãocontinuamente avaliados ?
Receber o feedback
Fonte: Waage, Sissel A. Re-considering product design: a practical “Road-map” for integration of sustainability issues. Journal of Cleaner Production 15 (2007) 638-649. P.643


O PROCESSO DO DESIGN 

1-  COMPREENDER:

- O mundo do cliente (pesquisar dados sobre a empresa e seus competidores e sua respectiva regulamentação ambiental e de responsabilidades social, considerar os riscos envolvidos em termos de específicos produtos/processos, pesquisar sobre a cultura da empresa e sua posição frente à mudanças)
- O ambiente no qual o produto será usado, re-utilizado ou descartado (de como o produto ou serviço depende de práticas sustentáveis, as quais impactam na saúde humana e no ecossistema)
- O meio no qual o produto será fabricado (em termos de matéria-prima, processos de fabricação, logística, etc.)

2- EXPLORAR:

- Como as pessoas usam produtos similares existentes no mercado se o que está sendo projetado ainda não existe.
- Considerar o produto em termos da interface entre a saúde humana e o produto/objeto e seu impacto sócio-ambiental.

3- DEFINIR/REFINAR:

- Considerar o produto/serviço de forma que inclua a sustentabilidade no sentido de: aprimorar a saúde humana e satisfazer suas necessidades, possibilitar o funcionamento adequado do ecossistema, diminuir o uso de matéria-prima, diminuir a produção de componentes sintéticos acumulativos, conservar a biodiversidade.
- Utilizar princípios de sustentabilidade para guiar a discussão e a criação, tais como: se um objeto é realmente necessário ou um serviço poderia ser empregado no lugar deste, de como esta necessidade poderia ser contemplada de maneira sustentável, definir os locais de fabricação e os locais de venda, como será feito o transporte, como será o ciclo de vida do produto etc.

4- IMPLEMENTAR:

- Criar e fabricar o produto/serviço e checar se estes são realmente mais eficientes e sustentáveis.
- Continuamente buscar a melhoria destes produtos/serviços.


Conclusão:
Os autores reconhecem que ainda existe uma falta de dados claros e seguros sobre a sustentabilidade de materiais e processos de fabricação. Sugerem que existe um enorme potencial para uma agência governamental no sentido de criar bases de dados públicas e gratuitas para a consulta de informações favoráveis à sustentabilidade, considerando também os impactos acumulativos dos materias. Esta base de dados seria continuamente atualizada na medida em que novos materiais e novas tecnologias são criados. Tendo esta base de dados facilitaria a regulamentação dos produtos.
Por fim, os autores sugerem que os designers e as empresas podem começar a implementar soluções sustentáveis buscando informações pertinentes e focando basicamente na desmaterialização dos produtos.


ENSAIO ROSINÉIA SANTOS
PRINCÍPIO: 

Eva Heiskanen* and Mikko Jalas. Eco-eficiência: Melhoria e evidências. 2003.

Eco-eficiência pode se referir ao papel dos serviços economicos, para uma nova
estratégia de negócios, ou para um serviço de utilidade fornecido por um produto.
Todos os produtos incluem algum serviço componente (entrega, por exemplo), e
todos os serviços requerem o uso de alguns produtos (por exemplo, instalações). (Kotler, 1997).

O artigo analisa os argumentos centrais e evidências apresentadas na discussão sobre eco-eficiência dos serviços. Fazem parte de conceitos macro-econômicos como "reestruturação ecológica", "economia personalizada" ou, ainda, "gestores de frota".

Classificação de Tipos de serviços:

(I) não-material - setores de serviços novos ou tradicionais (médicos e cuidados pessoais, formação, serviços jurídicos, novos serviços baseados em TI).
(II) Resultado serviços orientados - Identificar uma categoria de serviços que diminua a necessidade de produtos, materiais ou energia, fornecendo o desejado resultado de outra forma: "orientação funcional ' (Zundel, 1995), "necessidades de serviços orientados" (Hockerts, 1999), "serviços desmaterializado "(White , 1999) . Este tipo de serviço pode ser visto como incluindo as várias formas de contratação, tais como: serviços de energia, em que a há necessidade do cliente (por exemplo, para uma adequada temperatura);
(III) produto baseado em serviços - Estão relacionados ao uso de um produto. No entanto, não é necessariamente a posse do produto que é vendido ao cliente, mas o seu uso, que podem também incluir serviços para auxiliar na sua utilização. Três tipos identificados:
(a) reparação, manutenção, e modernização e take-back; (b) leasing e serviços de aluguel ; (c) produtos de utilização de serviços em gestão (por exemplo, produtos químicos).
(IV) Ecodesign - com uma abordagem de serviço (design funcional). A forma como os serviços são discutidos em literatura de design ambiental , não dizem respeito a um modelo de negócio de serviços. Em vez disso, o serviço é o utilitário fornecido aos clientes como
produtos.

Produto baseado em serviços

Produto baseado em serviços são aqueles em que o uso do produto é o tema da economia de transação, ao invés da propriedade desse produto. Eles também podem ser mais seletivos em seu uso (por exemplo, um carro), e alternativo (transportes públicos, por exemplo) quando apropriado. O desenvolvimento da tecnologia inovadora, junto a extensão de vida e prolongamento de equipamentos torna um sistema eco-eficiente. Da mesma forma a informação, melhora sobre bens e serviços, e, também pode ampliar o alcance social do consumo. Ambos os resultados podem gerar um grande número de clientes adicionais, que podem compensar a redução das unidade de impactos ambientais.


APRESENTAÇÃO HENRIQUE
PRINCÍPIO: MINIMIZAÇÃO